A precarização do trabalho docente: a figura do professor substituto na Universidade Federal do Amazonas
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7331 |
Resumo: | Este estudo analisa o trabalho do professor substituto e sua relação com a instituição Universidade Federal do Amazonas e com o professor de carreira, enquanto colegas temporários, com o objetivo de decidir se o trabalho do professor substituto pode ser considerado precário ou não. Depois de discutir a literatura sobre a natureza precária de muitos dos trabalhos atuais e apresentar a farta legislação, federal e local, sobre a contratação de professores substitutos por universidades federais, conclui-se que a forma de professor substituto construída por sucessivos governos restringe as condições de trabalho do magistério superior, de tal forma que a função de professor substituto só possa ser vista como uma plêiade de características de precariedade. Essas características têm finalidade dupla: a primeira é restritiva internamente, vez que impõe múltiplas limitações ao desempenho da função e indica um nível de precariedade absoluta; a segunda é externa e tem o objetivo de blindar o campo de trabalho do professor substituto de tal forma que seja impossível usar a existência da vaga temporária para justificar a contratação de professor efetivo. Contribui para essa interpretação um questionário respondido por 88 dos 224 atuais professores substitutos, que confirma duas questões cruciais, embora aparentemente contraditórias: primeiro, o trabalho do professor substituto na Universidade Federal do Amazonas reúne, de fato, todas as condições de precariedade, e, segundo, a vasta maioria tem uma avaliação positiva de sua experiência como professor substituto. No entanto, apesar de constituir 20% do corpo docente da UFAM, inexiste na universidade qualquer tipo de processo que governe a rotina e as relações acadêmicas do professor substituto, uma lacuna que acaba afetando as demais relações do substituto. As relações acadêmicas existentes na universidade, tanto professor-aluno como professor de carreira-professor em estágio probatório têm como substrato essencial a ética. O caráter temporário e limitado do trabalho do professor substituto, ao que parece, não impõe os cuidados éticos que subjazem às demais relações acadêmicas existentes na universidade, resultando na sobrecarga qualitativa e quantitativa verificada na maioria das respostas ao questionário. |