Entre Sísifo e Fênix: trajetórias (im)possíveis a partir do (não)diálogo entre a assistência e a educação superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cunha, Sinthia Constancia Mar da
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6354954246291367
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8890
Resumo: As trajetórias de escolarização de jovens de camadas populares são perpassadas por uma teia dinâmica e complexa de vulnerabilidades sociais. Ainda que as taxas de escolarização pareçam favoráveis nos últimos anos, ainda temos um quadro onde uma pequena parcela da população do país tem acesso ao ensino superior. Políticas afirmativas permitiram acesso a alguns seguimentos da população, em que um dos objetivos das políticas estudantis é impedir que vulnerabilidades sociais obstaculizem a fruição do direito à educação. Frente ao exposto, a presente pesquisa teve como Problema a seguinte questão: Quais as implicações da vivência de desastres, calamidades e emergências nas trajetórias de escolarização de jovens universitários atendidos pela Assistência Social do município de Manaus? Como Objetivo Geral a pesquisa pretendeu: Conhecer como as/os estudantes amazônidas atendidos pela assistência social por vivenciarem histórias de desastres, calamidades e emergências significam a sua trajetória de escolarização, em especial no ensino superior, e o quanto o equipamento assistencial atua na mediação das demandas deste público. Teve como Objetivos específicos: Levantar dados referentes à escolarização dos usuários atendidos pelo Serviço de Proteção Social em Situações de Calamidades Públicas e Emergências da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania-SEMASC nos anos de 2018 e 2019, com destaque aos jovens que alcançaram a formação superior e; Conhecer as adversidades e estratégias de superação nas trajetórias de escolarização de jovens cujas histórias de vida foram impactadas por Desastres, Calamidades e Emergências , identificando espaços de participação dos mesmos, bem como os elementos que promoveram ou impediram a permanência na universidade. Como percurso metodológico optou-se por uma investigação de abordagem qualitativa multimétodos: utilizando-se como técnicas de coleta de dados: a Pesquisa Documental e a Entrevista de Narrativas de Histórias de Vida. As participantes da pesquisa são duas jovens cursando o nível superior na cidade de Manaus, ambas cadastradas no atendimento do Serviço de Proteção Social em Situações de Calamidades Públicas e Emergências da SEMASC. Os resultados apontam que as políticas assistenciais pouco dialogam com a políticas educacionais, a despeito da condicionalidade entre os benefícios no que tange à assistência e à educação básica. No âmbito dos Serviços de Alta Complexidade, o diálogo praticamente inexiste, sendo a prática dos serviços um fator que contribui para a inervisibilidade de jovens cujas trajetórias revelam as difíceis lutas para a conquista da formação em nível superior. Alguns indicadores remetem à urgência no repensar as políticas de ensino superior, principalmente quanto a permanência de jovens beneficiários nos Cursos Superiores. A Psicologia tem grande potencial para contribuir, desde aspectos relativos à constituição do sujeito, da dialética inclusão/exclusão, do não reconhecimento, da invisibilidade e dos sofrimentos impostos a jovens aos quais é dificultada a formação em nível superior, mesmo quando supostamente atendidos por políticas de democratização ao acesso e permanência. A assistência estudantil se faz necessária em instituições privadas de ensino, sobretudo por serem as que recebem alunos do Programa Bolsa Universitária. Conclui-se que é necessário discutir amplamente a desigualdade no acesso ao ensino superior, questão não superada, e, com grande urgência, discutir a desigualdade na permanência no ensino superior, impondo condições aviltantes a quem, em tese, estaria acolhido por políticas de sucesso.