Avanço do desmatamento e transformações socioespaciais no sul amazonense
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Geografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10296 |
Resumo: | O Amazonas é um Estado que vem sofrendo anualmente com o problema do desmatamento, em 2016 o índice de desmatamento aumentou 24,6% em toda Amazônia legal. Ao contrário de outros anos hoje o desmatamento no estado está ligado a atividade pecuária que ocupa mais de 70% do território amazônico, sendo esse também a razão de queimadas, na presente pesquisa investigamos o município de Apuí, Boca do Acre e Lábrea que são os municípios que mais desmatam pela pecuária e plantio de grãos no Amazonas e, também, integrantes do que chamamos de arco do desmatamento. Não é novidade a preocupação mundial com o desmatamento das florestas, em particular com o desmatamento da Floresta Amazônica. Esta preocupação repousa nos estudos que demonstram, entre outros aspectos, a importância para o equilíbrio e estabilidade climática mundial, para o fornecimento dos serviços ambientais, pela sua enorme biodiversidade e sociodiversidade. No entanto, a despeito deste reconhecimento, no que tange a Floresta Amazônica, o desmatamento e as queimadas não cessaram, ao contrário, a despeito de uma série de medidas institucionais nacionais e, por vezes internacionais, aquelas continuam a acontecer de forma desregulamentada. Os índices de desmatamento na Amazônia Legal vêm aumentando desde 1990 (INPE, 2019). E, embora a floresta seja desmatada por inúmeros motivos, a exploração madeireira ilegal e a pecuária ainda são as causas predominantes. A partir do ano 2000, a expansão da soja e da pecuária ganhou destaque no avanço da fronteira agropecuária na Amazônia Legal devido a demanda internacional por carne e soja, onde o Brasil figura entre os principais fornecedores destas commodities (DOMINGUES, 2012). Os avanços destas frentes vindas do norte do Mato Grosso e de Rondônia, além do oeste do Pará, pressionam o sul do Amazonas, sobretudo no entroncamento das BR-364 e BR-230, onde se situam os municípios de Apuí, Boca do Acre e Lábrea. Ao longo dos últimos 15 anos, as estratégias para conter o avanço do desmatamento incluíram medidas desde repressão através de procedimentos de licenciamento, monitoramento e multas. No entanto, como podemos notar tais medidas não surtiram o efeito desejado. Entre outras, razões pelas ações do próprio Estado que estimulou a instalação de infraestrutura, créditos subsidiados, valorização da moeda estrangeira e o recente afrouxamento tanto na fiscalização como no Código Florestal (BRASIL, 2012). Diante desse cenário, a preocupação desta pesquisa é compreender quais os processos e as dinâmicas em curso que colaboram para a elevação das taxas de desmatamento na mesorregião do Sul Amazonense. Em princípio, a hipótese é de que o desmatamento esteja associado à expansão da pecuária, mas será que existem outros fatores e variáveis associadas a esta expansão? Quem são os atores e os agentes econômicos e políticos associados aos processos de desmatamento nesta mesorregião? Como esse desmatamento e o avanço da agroindústria afeta os pequenos produtores? Onde se concentra os conflitos causados por essa degradação ambiental? Estas são questões norteadoras desta pesquisa. |