Processos criativos e representações na produção audiovisual amazonense: um olhar folkcomunicacional sobre a “Associação Cinematográfica Fogo Consumidor Filmes”, de Tefé/AM
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8215 |
Resumo: | A tese lança um olhar folkcomunicacional sobre aspectos socioculturais e estéticos da produção audiovisual contemporânea no estado do Amazonas. Investiga processos criativos e representações da região amazônica e seus sujeitos, a partir da análise de registros fotográficos postados na internet e de filmes realizados pela Associação Fogo Consumidor Filmes (ACFCF), localizada no município de Tefé (AM). Trata-se de uma produtora amadora, sem recursos financeiros e com pouca infraestrutura, formada por jovens ribeirinhos. Desde o ano de 2012, o grupo dedica-se à realização de filmes em ficção e documentário, inclusive em longa-metragem, com intuito de resgatar tradições e valorizar a identidade cultural amazônica. O estudo, de caráter qualitativo, tem embasamento em aportes teóricos da comunicação, arte, cinema e produção audiovisual contemporânea, em diálogo interdisciplinar com autores da antropologia, sociologia e ciências do ambiente, seguindo uma abordagem epistemológica pós-colonial. A estratégia metodológica alia pesquisa bibliográfica, netnografia, análise imagética e fílmica. Percebe-se que, mesmo reproduzindo referências da cultura midiática dominante, os filmes e postagens da ACFCF revelam uma espécie de resistência cultural ao subverterem lógicas do cinema comercial ou de arte, seja em estratégias criativas para driblar as limitações econômicas e de infraestrutura ou ao incorporarem questões socioculturais locais/regionais, a partir do próprio lugar de fala e da expressão de uma estética peculiar. Desse modo, as narrativas configuradas nas postagens fotográficas e nos produtos fílmicos, bem como os processos criativos envolvidos, emergem como um sistema artístico-comunicacional-educativo insurgente às ausências construídas historicamente, por representações de imaginários preconceituosos em relação à Amazônia e suas populações, que ainda são difundidos pela mídia dominante. Além disso, a ACFCF nos indica que o caráter comunitário do fazer cinema, as facilidades da produção em sistema digital e a difusão pela internet permitem amplificar um tipo de produção cinematográfica popular e alternativa aos meios hegemônicos, a qual chamamos de cine-folk. Logo, em seus processos criativos e em suas autorrepresentações, superam a ideia de subalternização. Não estão à margem, mas no centro de um outro contexto sociocultural, estético e comunicacional da produção audiovisual. |