Subjetividade e trabalho com juta e malva: um estudo em Manacapuru/AM
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7380 |
Resumo: | O mundo do trabalho e sua complexa relação com a dimensão subjetiva do trabalhar têm sido alvo do interesse de muitos pesquisadores no campo científico. Neste sentido, o presente estudo se propôs a contribuir com estas discussões, enfatizando a necessidade de se pensar o trabalho através de um enfoque compreensivo, que privilegie o discurso dos sujeitos. Sendo assim, o objetivo geral deste estudo foi compreender como se configuram as vivências de sofrimento no trabalho de produtores de juta e malva nas localidades do Supiá, Ilha do Marrecão e Costa da Cabaleana no município de Manacapuru/AM. Para tal, o aporte teórico escolhido foi o da Psicodinâmica do Trabalho proposta por Christophe Dejours. No que tange aos aspectos metodológicos, elegeu-se a entrevista semi-estruturada como instrumento de coleta de dados. Como técnica de análise foi utilizada uma adaptação da sistemática de análise da Grounded Theory – Teoria Fundamentada nos Dados. Os resultados sugerem a existência de vivências de sofrimento relacionadas às condições e organização do trabalho, especialmente no que tange à exposição ao sol, ataques de animais e possibilidade de acidentes, bem como aos problemas de saúde decorrentes do processo, perda parcial ou total da produção e o não-trabalho por adoecimento. Os resultados apontam ainda para sofrimento relacionado à ausência de reconhecimento e às relações socioprofissionais no que tange ao contato com atravessadores e indústrias. As estratégias de enfrentamento identificadas dizem respeito a mobilização subjetiva através da inteligência prática para garantir a subsistência entre safras, gerenciamento do capital, desenvolvimento de novos modos de trabalho e dos saberes de prudência, o cuidado e o viver junto. Possíveis estratégias de defesa também foram identificadas e remetem à racionalização, negação e naturalização do sofrimento. Por fim, o trabalho na juta e malva, embora penoso, se apresenta como a atividade possível para a sustentabilidade das famílias, motivo pelo qual os trabalhadores resistem em meio ao sofrimento. |