Compósitos poliméricos com resíduo de açaí para mitigação de efeitos térmicos como estratégias eco-alternativas em habitações na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Barbosa, Andrezza de Melo
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/2200885254507367
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Tecnologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5494
Resumo: A capital do Amazonas está situada em uma zona bioclimática cuja ventilação cruzada e uso de condicionador de ar são estratégias necessárias para se atingir a zona de conforto. Em Manaus, o desconforto térmico oriundo de altas temperaturas e da umidade relativa do ar está presente na maior parte do ano. Ao avaliar áreas urbanas construídas, em termos de envoltória do edifício, a cobertura costuma ser uma das principais responsáveis pelo ganho de cargas térmicas, necessitando de estratégias de projeto que contemplem elementos capazes de atenuar o calor. Em adição a esses atenuantes térmicos apresenta-se como oportunidade de negócio na construção civil estratégias eco-alternativas a partir de resíduos agroindustriais com potencial de uso como material sustentável, a exemplo dos caroços de açaí que são descartados em cidades como Belém e Manaus. O objetivo neste trabalho foi avaliar compósitos poliméricos com resina bicomponente à base de óleo de mamona e reforçados com partículas de caroço do açaí para mitigação de efeitos térmicos em habitações na Amazônia. Para a realização desta pesquisa foram levantados dados de oferta de resíduos, e posterior coleta de materiais em mini-beneficiadoras para a realização das caracterizações físicas, morfológicas e químicas nos caroços triturados, além de físicas, mecânicas e termográficas nos compósitos. Os resultados evidenciaram que somente em 2015 foram produzidas mais de 13 mil toneladas de açaí no Amazonas, sendo que o caroço representa cerca de 80% do fruto descartado como lixo. Pesquisas apontam que o resíduo orgânico de açaí não possui valor agregado, sendo geralmente destinado para a queima em fornos ou para produção de adubo. O processamento para produção das placas iniciou-se com a secagem dos caroços, tratamento em estufa para posterior trituração em moinho de facas e peneiramento em 5 tipos de peneiras para testes de granulometria. Os compósitos foram produzidos com base em um delineamento experimental com ponto central (2²+1), variando-se as porcentagens de resina: 10, 12,5 e 15%. Deste modo, obteve-se 5 tipos de placas, denominadas Grossa 15%, Grossa 10%, Misturadas 12,5%, Média 15% e Média 10%. Placas ou painéis do tipo Grossa 15% apresentaram melhores resultados de inchamento e absorção de água, itens importantes em relação às variações dimensionais dos painéis. Os resultados termográficos também apontaram esse tipo de placa como a mais indicada para o uso em forros devido à sua característica refletiva e seu potencial para o conforto térmico. Esses resultados indicam ainda que as placas possuem alto potencial de uso sustentável por conter matéria prima de fontes renováveis como no caso da mamona para a resina e do caroço de açaí como reforço, mitigando a “pegada de lixo” ambiental do açaí, bem como do pré-polímero que é utilizado somente em 7,5% da composição da placa. Conclui-se que as placas podem apresentar um benefício ambiental, mitigando resíduos e promovendo conforto térmico em habitações além de apontar novos elementos de valoração para o açaí, integrando conhecimentos da construção civil, arquitetura e agrometeorologia em consonância com políticas públicas de cidades sustentáveis na Amazônia.