Fácies e estratigrafia da formação sepotuba: registro da última incursão marinha na transição neoproterozóico-cambriano da faixa Paraguai Norte, Mato Grosso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Silva Júnior, José Bandeira Cavalcante da
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8615194741719443
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3278
Resumo: Os eventos anômalos do final do Neoproterozóico têm sido documentados principalmente nas capas carbonáticas ocorrentes em diversas regiões cratônicas do planeta. Os registros destes eventos em depósitos siliciclásticos ainda são pouco documentados, e neste estudo foi investigado uma sucessão siliciclástica que sobrepõe carbonatos depositados após a glaciação Marinoan (630 Ma) na parte sul do Cráton Amazônico e Faixa Paraguai, estado do Mato Grosso. Neste contexto, parte desta história sedimentar contida nos folhelhos e arenitos da Formação Sepotuba, foi suprimida das propostas estratigráficas para aquela área. A Formação Sepotuba é resgatada aqui como unidade estratigráfica fundamental para o entendimento da história evolutiva, baseada na análise de fácies e estratigráfica desenvolvida neste trabalho. A Formação Sepotuba recobre discordantemente a Formação Raizama e é sobresposta, em contato gradual, pela Formação Diamantino, compondo o Grupo Alto Paraguai. O topo da Formação Raizama é constituído por: 1) arenito fino a médio, formando camadas amalgamadas com estratificações cruzadas swaley e hummocky, laminações truncada por onda e plano-paralela interpretado como depósito litorâneo influenciado por ondas de tempestade; 2) ciclos granocrescentes ascendentes formados por ritmito com acamamento ondulado e arenito com estratificação cruzada côncava, interpretados como barras submaré; e 3) siltito, arenito médio a grosso com gretas de contração, marcas onduladas e moldes de evaporitos relacionados a depósitos de intermaré. A Formação Sepotuba consiste em: 1) pelito, arenito muito fino a médio com marcas onduladas, estratificações plano-paralela e cruzadas hummocky e swaley e bandamentos da maré (tidal bundles) interpretados como depósitos de shoreface inferior; e 2) siltito, pelito e arenito muito fino a médio com marcas onduladas, estratificação cruzada hummocky, laminação plano-paralela e laminações cruzadas de baixo-ângulo e cavalgante, que representam depósitos de offshore. A base da Formação Diamantino compreende: 1) siltito e argilito com acamamento ondulado, laminações planoparalela e convoluta, relacionados a ambiente lacustre e/ou mar restrito; e 2) conglomerado com arcabouço fechado, arenito médio a grosso, estratificações plano-paralela, cruzada acanalada, tabular e côncava, considerados como depósitos de rios entrelaçados. A Formação Sepotuba registra uma transgressão sobre os depósitos litorâneos da Formação Raizama. Este evento é a última incursão marinha após a glaciação global Marinoan (630 Ma) que precedeu o fechamento oceânico associado à colisão de blocos Amazônia e Rio de La Plata durante a Orogenia Pampeana-Araguaia (520-500 Ma). A continuidade dos processos de colisão das placas resultou na individualização de sub-bacias foredeep, confinando o mar Sepotuba em mares restritos levando à formação de lagos e/ou mares restritos supridos por sedimentos flúvio-deltaicos (Formação Diamantino), oriundos de áreas soerguidas nos blocos convergentes, dentro dos estágios finais da evolução foreland da Faixa Paraguai.