Perfil clínico-epidemiológico de pacientes com transtorno cognitivo maior no Amazonas: um estudo transversal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Vianez, Talísia Nascimento
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4088690980561590
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Medicina
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9607
Resumo: Perfil clínico-epidemiológico de pacientes com transtorno cognitivo maior no Amazonas: um estudo transversal Introdução e Objetivos: Demência consiste em declínio em dois ou mais domínios das funções cognitivas levando a perda de funcionalidade. Está inclusa no espectro das doenças neurodegenerativas cujo número aumenta com o envelhecimento populacional – que é uma realidade global. Estudos sobre o perfil cognitivo em pacientes idosos de países em desenvolvimento são raros e de difícil execução. No Brasil, a análise de perfil clínico e epidemiológico da população com transtornos cognitivos na região norte é deficitária e, consequentemente, também é a caracterização desta população do país. O objetivo deste estudo é investigar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com transtorno cognitivo ao iniciarem acompanhamento em ambulatório de referência terciário no Amazonas. E, especificamente: identificar o tempo decorrido desde o início dos sintomas da doença cognitiva até a primeira consulta neste ambulatório, verificar os principais fatores associados com grau de comprometimento cognitivo e identificar os principais fatores associados aos déficits de funcionalidade cognitiva e de atividades básicas de vida. Métodos: Este é um estudo transversal de análise de dados. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da UFAM e realizado no ambulatório Araújo Lima (AAL), o único que possui um ambulatório específico para atendimento de demências no Amazonas. Foram utilizados os dados dos prontuários destes pacientes atendidos entre 2016 e 2021. Foram inclusos todos os pacientes com idade igual ou superior a 40 anos. Foram excluídos prontuários dos pacientes cujos primeiros registros de sintomas e sinais de entrada neste ambulatório foram impossíveis de serem resgatados. Resultados: Foram avaliados 124 pacientes e houve predomínio do sexo feminino (55,7%); a idade média foi de 73,4 +-10,4 anos para primeiro atendimento. A idade média do primeiro sintoma foi de 70,7 anos e a escolaridade média foi de 1 a 4 anos. 65% da amostra apresentava hipertensão arterial sistêmica (HAS) diagnosticada. O primeiro sintoma mais frequente foi o de esquecimento para fatos recentes seguido de mudança de comportamento. O tempo médio do primeiro sintoma à primeira consulta foi de 3,36 anos. A doença de Alzheimer foi o diagnóstico preponderante (30,3%). Desorientação têmporo-espacial e cirurgias prévias foram associadas a menor valor do MEEM; desorientação têmporo-espacial e esquecimento de fatos recentes tiveram relação com valores de maior dependência na escala de Pfeffer; e as variáveis estatisticamente significativas associadas aos valores de Katz foram: pacientes com manifestação inicial de episódio confusional agudo e dificuldade de compreensão. Conclusão: Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com transtorno cognitivo ao iniciarem acompanhamento no AAL (serviço terciário) é predominantemente feminino, com idade média de 73,4 anos. A escolaridade média é baixa - de 1 a 4 anos. Idade de início de 71 anos, considerada alta para a média dos países em desenvolvimento. 65% destes têm HAS. 50% destes pacientes têm mudança do comportamento como sintoma inicial e 48,8% já entraram no serviço em uso de medicação específica para demência – talvez refletindo a ação do serviço primário. O tempo médio de chegada ao serviço foi de 3 anos, considerado curto levando em conta a dimensão do estado e as particularidades de transporte. Insere-se a região norte no contexto das análises e caracterizações do perfil das demências no Brasil e é exposta a necessidade de estudos de rede primária de acesso deste população.