O sistema desértico paleoproterozóico da formação Urupi, região do Rio Pitinga, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Cunha, Eisner Francisco da Silva
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5593189879508111
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3269
Resumo: O final do Paleoproterozóico (1,8-1,6 Ga) foi marcado por severas mudanças climáticas que culminaram na desertificação global que afetou o supercontinente Columbia. Os registros desta fase na Amazônia, outrora parte deste supercontinente, foram encontrados na braquissinclinal do Pitinga, nordeste do Estado do Amazonas, inseridos nas rochas da Formação Urupi. A análise de fácies, baseada em afloramentos desta unidade, permitiu a individualização de 9 fácies sedimentares agrupadas em 2 associações de fácies denominadas de: 1) campo de dunas e 2) lençóis arenosos/wadi, separados por superfície de 2ª ordem eólica. A associação de campo de dunas consiste principalmente de arenitos finos a médios, com grãos arredondados, bem selecionados, com estratificação cruzada de médio a grande porte e mergulhos do foresets de 28º até 34º, exibindo gradação inversa produzida por migração de marcas onduladas eólicas. Estes depósitos de duna eólica são intercalados com pelitos laminados de interduna. A associação de lençóis arenosos/wadi inclui arenitos finos a médios, com grãos arredondados e bem selecionados, forma uma sucessão de camadas centimétricas lateralmente contínuas por dezenas de metros, onde predomina a estratificações cruzadas tabular, côncava e de baixo ângulo associada aos depósitos de avalanche e de queda de grãos. Estes arenitos com foresets complexos ocorrem alternados com arenitos finos com laminação cruzada cavalgante subcrítica transladante, formada pela migração de marcas onduladas por processos trativos eólicos. Estratos gerados por ação eólica, constituídos por arenitos finos com laminação cruzada cavalgante subcrítica transladante, se alternam com depósitos influenciados por rios de deserto ou wadi, caracterizados por arenitos finos com clastos de argilito disseminados, pelitos laminados e arenitos com feições de marcas onduladas de aderência, de verrugas e subaquosas, e marcas de escorrimento. Ciclos granocrescentes ascendentes formados por pelitos laminados, ritmito com acamamento ondulado e arenitos com estratificação cruzada sigmoidal e laminação cruzada cavalgante supercrítica sugerem lobos de suspensão em lagos de deserto. Estes depósitos alcançaram a diagênese tardia e, provavelmente, o anquimetamorfismo, indicado pela abundante geração de sericita. A identificação de parte de um deserto paleoproterozóico na Amazônia sugere uma bacia com limites que ultrapassam a área de exposição da Formação Urupi. Esta hipótese permite uma possível correlação desta unidade com os depósitos eólicos da Formação Arai do Supergrupo Roraima, enquadrando-as nos eventos proterozóicos de desertificação iniciados em 1,8 Ga.