Investigação de tuberculose pulmonar por infecção policlonal de Mycobacterium tuberculosis e possível associação com a resistência aos fármacos antimicobacterianos
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Instituto de Ciências Biológicas Brasil UFAM - INPA Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5369 |
Resumo: | Na prática clínica é amplamente admitido que um episódio de tuberculose (TB) ativa seja causado por um único clone de Mycobacterium tuberculosis. Contudo, vários estudos têm revelado que há uma heterogeneidade de clones e isso pode ser bem maior que o esperado. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi investigar a TB pulmonar por infecção policlonal de M. tuberculosis em pacientes recém-diagnosticados, a partir de uma amostra de escarro e antes do início do tratamento. Foram selecionadas 62 amostras de escarros, sendo 31 paucibacilares e 31 multibacilares. A triagem de clones em meio de 7H10 proporcionou o isolamento de clones sensíveis e resistentes à Isoniazida (INH) e/ou Rifampicina (RIF) coexistentes em 19 (30,6%) isolados de M. tuberculosis. A genotipagem por DRE-PCR e o sequenciamento parcial de DNA para os genes katG, inhA e rpoB foram realizados em 74 clones sensíveis à INH e RIF, 65 clones resistentes à INH, 1 clone resistente à RIF e 3 clones resistentes à INH e RIF. A presença de clones sensíveis e resistentes a INH e/ou RIF, assim como a ocorrência de diferentes genótipos indicam a heterogeneidade de clones em um mesmo isolado de M. tuberculosis. A frequência de infecção policlonal observada foi superior aos estudos descritos na literatura, visto que os mesmos apresentaram percentuais de 0,4% a 19,0%. Estes resultados permitem afirmar que a presença de infecção policlonal não é um fenômeno raro em pacientes com TB pulmonar na população estudada. O sequenciamento parcial dos genes katG revelou que apenas 4,4% dos clones resistentes à INH apresentaram as mutações comumente descritas neste gene. Para o gene inhA não foram detectadas mutações para os clones resistentes à INH. Os clones resistentes para RIF apresentaram mutações no gene rpoB. Dos clones resistentes à INH, 83,8% não apresentaram mutações nos genes katG e inhA, enquanto 11,7% apresentaram mutações ainda não descritas no gene katG. A ausência das mutações comumente associadas à resistência medicamentosa nos genes katG e inhA e a detecção de novas mutações em clones de M. tuberculosis resistentes à INH, explicitam a necessidade de sequenciar fragmentos maiores desses genes ou ampliar a busca de mutações em outros genes, a fim de que sejam propostas estratégias mais rápidas para a detecção de resistência em M. tuberculosis. Os resultados da presente pesquisa evidenciam que a infecção policlonal está presente em aproximadamente 1/3 dos pacientes de TB recém-diagnosticados, seja pelas características fenotípica ou genotípica dos clones de M. tuberculosis, embora estas não estejam estritamente relacionadas. |