O efeito da idade da floresta na disponibilidade de cavidades para aves não escavadoras nas reservas do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira, Carine Dantas
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5859088984217464
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://200.129.163.131:8080/handle/tede/5111
Resumo: Atualmente muitas populações animais persistem em paisagens modificadas pela atividade humana, e sua persistência, em longo prazo, não pode ser assegurada por depender exclusivamente de áreas protegidas. Florestas secundárias, resultado da regeneração florestal em áreas abandonadas, estão se tornando abundantes em países tropicais. São estruturalmente diferentes das florestas primárias, porque são compostas de árvores jovens e geralmente não têm a complexidade do habitat encontrado em florestas primárias, influenciando a disponibilidade de recursos essenciais para muitas espécies. Cavidades de árvores é um recurso crítico para as espécies que as utilizam para a nidificação, no entanto, podem ser rara ou inexistente em florestas secundárias. O objetivo do presente estudo foi determinar a influência da idade da floresta e o histórico do uso da terra sobre a abundância de cavidades para as aves não escavadoras. Este estudo foi realizado nas reservas do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, próximo de Manaus/Amazonas. Realizamos censo de cavidades e aves em 39 sítios. A densidade de cavidade foi medida ao longo de um transecto de 200 m em cada local, contando todas as cavidades 20 m de cada lado do transecto, cobrindo 0,8 ha. Capturamos as aves utilizando 16 redes de neblina, do qual, monitoramos das 06:00h da manhã até as 14:00h. Utilizamos seleção de modelos (GLMs) para determinar a relação entre a idade da floresta e o número de cavidade e o número de indivíduos de aves não escavadoras. Avaliamos as características das cavidades por meio de análise multivariada. Registramos 248 cavidades e 10 espécies de aves que utilizam cavidades. Observamos um aumento na disponibilidade de cavidades com a idade da floresta, mas a floresta secundária mais antiga (~ 30 anos) ainda não apresenta um número de cavidades semelhante às florestas primárias. As características das cavidades (altura, profundidade e diâmetro) foram menos variáveis em florestas secundárias do que em floresta primária. Nas florestas secundárias faltavam cavidades alta, profunda e com grandes entradas. O número de cavidades teve um efeito positivo sobre a abundância de aves não escavadora em florestas secundárias, mas não em florestas primárias. Histórico do uso da terra não teve efeito sobre a abundância de cavidades. Assim, demonstramos que a idade da floresta é um fator determinante para a presença de cavidades nestas áreas. Concluímos que as florestas secundárias compensam apenas parcialmente a perda de espécies. No entanto, mostramos que a abundância de cavidades é mais importante do que a idade da floresta na determinação da abundância de aves não escavadora. Assim, assegurando a presença de cavidades em florestas secundárias também deve ser possível assegurar uma comunidade mais diversificada de aves que utilizam ocos.