Tecendo os fios do trabalho artístico no discurso romanesco contemporâneo: um passeio por Cinzas do Norte de Milton Hatoum
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras BR UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2350 |
Resumo: | O evento do regime ditatorial no Brasil, no período do pós-64, determinou grandes mudanças no tecido social, envolvendo múltiplos elementos da vida em sociedade com forte interferência nas formas romanesca. O romance, agora, passa a assumir uma modalidade realista dando ênfase aos aspectos concretos da vida cotidiana, das contendas políticas, das classes e segmentos humanos subalternizados frente à opressão das elites e dos governos. Este estudo tem como objetivo verificar em que sentido aparece a dimensão do trabalho artístico no romance Cinzas do Norte, escrito em 2005, por Milton Hatoum, o qual tem como pano de fundo o período da ditadura militar no Brasil e o Amazonas como cenário de onde ecoa o romance. O romance é uma narrativa que enfatiza a vida pública e privada inserida em circunstâncias cotidianas que expõe aquilo que está escondido sob as malhas de uma conjuntura histórica opressora. O recorte metodológico deste estudo está centrado no trabalho artístico presente na ficção de Milton Hatoum. O trabalho foi realizado a partir do cotejamento de dados retirados do romance Cinzas do Norte em que íamos identificando as passagens da narrativa sobre o trabalho artístico, apontando lugares, personagens, vozes narrativas e outra nuanças do trabalho artístico. O estudo revelou que no cenário de Cinzas do Norte há um esfacelamento das relações sociais relacionado aos conflitos existentes na cidade de Manaus, incluindo a situação do artista após o golpe de 1964, momento em que o artista e seu trabalho eram apenas um fiapo de voz abafado pela presença dos militares. Conclui-se, por fim, que o espaço da narrativa reforça claramente o sentido marginal com que o trabalho artístico é encarado, uma espécie marginal em que o artista aparece calcado em condições indignas de vida e de sobrevivência. As descrições dos espaços feitas pelos narradores deixam claro que o trabalho artístico está condenado à obscuridade. |