Genética da conservação do gavião-real (Harpia harpyja, Linnaeus, 1758) no Brasil
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Zoologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9733 |
Resumo: | O gavião-real, uma ave de rapina também conhecida como harpia ou uiraçu, é a maior águia das Américas, ocorrendo em florestas tropicais da América Central e do Sul e depende desses ambientes para sua sobrevivência. No Brasil, o gavião-real está presente principalmente na Amazônia e na Mata Atlântica, com raros registros na região central do Brasil. A caça e a fragmentação florestal ameaçam sua existência, levando essa espécie ser classificada como ameaçada de extinção, situada na categoria Vulnerável em toda sua distribuição. A Genética da Conservação visa preservar espécies ameaçadas ou em vias de extinção e a coleta das informações genéticas pode ser realizada a partir de marcadores moleculares, como os microssatélites (SSRs), polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) e o DNA mitocondrial. Esses marcadores são comumente usados na Genética da Conservação para compreender a história evolutiva da espécie, avaliar a diversidade genética e a presença de estrutura populacional para desenvolver estratégias de manejo adequadas visando preservar a variabilidade genética existente ao longo do tempo e espaço. O manejo pode ser realizado em habitat natural (in situ) e em zoológicos e criadouros conservacionistas (ex situ). Para o gavião-real as ações in situ focam na proteção dos ninhos da espécie e de seus territórios e as ações ex situ focam principalmente no resgate, reabilitação, destinação dos indivíduos feridos e reprodução em cativeiro. Neste estudo desenvolvemos dez novos loci microssatélites específicos para o gavião-real contendo alto polimorfismo e com poder de exclusão de parentesco e de identificação individual para auxiliar principalmente no manejo ex situ (Capítulo I). Os loci desenvolvidos não apresentaram alelos nulos, não houve desequilíbrio de ligação e apenas quatro loci desviaram da expectativa do equilíbrio de Hardy-Weinberg. Além disso, demonstraram eficiência em excluir os prováveis pais de um indivíduo, realizar a identificação individual e detectar os níveis de parentesco entre os indivíduos. Assim, o novo conjunto de microssatélites pode ser utilizado para auxiliar no direcionamento de estratégias do manejo ex situ, visando melhores pareamentos reprodutivos, mantendo a diversidade genética e evitando a endogamia e exogamia. Neste estudo também foi investigada a presença de estrutura genética para o gavião-real no Brasil a partir de polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) e do mitogenoma gerados por um sequenciamento com baixa cobertura (Capítulo II). Quanto aos SNPs, todos os pipelines utilizados resgataram um baixo sinal de estrutura genética para o gavião-real no Brasil. O pipeline do DiscoSnpRad demonstrou maior eficácia para lidar com o sequenciamento de baixa cobertura resgatando informações significativas e consistentes com os resultados encontrados pelo mitogenoma, com a população localizada ao Norte do Rio Amazonas apresentando maior diferenciação genética e as populações localizadas ao Sul do Rio Amazonas e na Mata Atlântica apresentando semelhanças genéticas. Dessa forma, os resultados obtidos nos dois capítulos desenvolvidos neste estudo fornecem ferramentas moleculares e informações que auxiliam no direcionamento de estratégias de manejo e em tomadas de decisões para a conservação in situ e ex situ do gavião-real. |