Avaliação in vitro da atividade antimicrobiana de pastas endodônticas à base de extrato glicólico de Musa paradisiaca frente a Enterococcus faecalis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Maurício Bacarin
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6433855172170442
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Medicina
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2778
Resumo: Os produtos de Musa paradisiaca (bananeira) são usados como sedativo para dor de dente, cicatrizante de feridas cirúrgicas de exodontia, úlcera gástrica, hipoglicemiante, antídoto para picada de cobras, diarréia entre outras indicações em comunidades que têm por tradição o uso das plantas como medicina alternativa. Na Endodontia, almeja-se uma medicação intracanal ideal contra cepas resistentes em infecções endodônticas refratárias. Por esse motivo, o objetivo desse trabalho foi testar a atividade antimicrobiana do extrato glicólico de Musa paradisiaca sobre Enterococcus faecalis. Para realizar o experimento, o extrato glicólico de Musa paradisiaca substituiu o Polietileno glicol 400, que é um veículo que compõe algumas pastas endodônticas usadas como medicação intracanal. Foi utilizado o teste de difusão em Ágar, pelo método do poço, para a avaliação da atividade antimicrobiana contra a cepa de Enterococcus faecalis normalmente relacionada a infecções refratárias endodônticas. Foram inseridos nos poços diferentes materiais que caracterizam os seguintes grupos em duas etapas experimentais. Experimento A : Grupo 1, Polietileno glicol 400 (PEG 400 - controle negativo); Grupo 2, PEG 400 e Hidróxido de cálcio (Ca(OH)2); Grupo 3, Extrato Glicólico de Musa paradisíaca (EGB); Grupo 4, EGB e Ca(OH)2; Grupo 5, gel de Clorexidina 2% (CHX controle positivo). Experimento B : Grupo 1, PEG 400 (controle negativo); Grupo 2, PEG 400 e Óxido de zinco (ZnO); Grupo 3, PEG 400, Ca(OH)2 e ZnO; Grupo 4, EGB e ZnO; Grupo 5, EGB, Ca(OH)2 e ZnO; Grupo 6, CHX (controle positivo). Após incubação, as medições dos halos de inibição foram realizadas após 18 horas com uma régua milimetrada. Apenas a pasta de EGB e ZnO obteve atividade antimicrobiana estatisticamente significante com resultados similares ao controle positivo e foi submetida à macrodiluição para que fosse verificada a concentração inibitória mínima, mas nenhuma diluição da pasta foi capaz de evitar o crescimento de E. faecalis. Esses dados foram tratados estatisticamente a 95% de significância usando o teste de Mann-Whitney e a Estatística Descritiva. A composição do EGB foi avaliada por Espectrometria de Massas com Ionização por Electrospray e foi verificado que um dos componentes majoritários poderia ser a maltose. A Cromatografia de Camada Delgada (CCD) foi realizada nas fases de acetato de etila, diclorometano e aquosa resultantes da partição líquido/líquido realizada no EGB, depois de seco em capela. A CCD sugeriu a presença de flavonóides, terpenos, taninos e esteróides no EGB. A Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear foi realizada com o propósito de supor a composição do EGB e foi observado grande número de picos de sinais na região referente aos glicosídeos, assim como picos referentes à estrutura molecular de terpenos e um sinal característico de esteróides. O EGB apresentou atividade antimicrobiana quando associado ao ZnO, podendo ser uma propriedade importante para a composição de um novo medicamento intracanal. Todo novo biomaterial baseado na etnobotânica deve ser testado criteriosamente para viabilizar sua aplicabilidade clínica, o que justificou a pertinência deste estudo preliminar, no entanto testes físico-químicos e de biocompatibilidade são imprescindíveis para futuro emprego de fitoterápicos na Endodontia