“Possibilidade nos dias da destruição”: pandemia e a continuidade da vida entre remanescentes quilombolas do Cumbe – Aracati/Ceará
Ano de defesa: | 2024 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Antropologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10009 |
Resumo: | Da fama de quem produzia a melhor aguardente cearense, entre o século XIX e começo do século XX, o Cumbe hoje possui outra fama: é conhecido por suas paisagens compostas por dunas, mangues, lagoas interdunares, praia e rio, mas também pela comunidade quilombola representada por sua associação. É devido a essa diversidade biocultural que o Cumbe se inseriu naquilo que chamamos de conflitos socioambientais. Esses conflitos se iniciaram a partir da privatização dos chamados recursos naturais e áreas estratégicas do território. Esse território quilombola foi impactado pela pandemia do Coronavírus e assim discuto teoricamente a metodologia utilizada para a pesquisa que empreendi, durante e após a pandemia - enfatizado que escreverei para além da pandemia. Discuto sobre quilombos no Brasil e o conceito de quilombo, a partir de uma resposta a um parecer contestatório acerca da identidade quilombola da comunidade interlocutora e faço os primeiros apontamentos acerca do modo de vida biointerativo quilombola e dos conflitos ontológicos, bem como dos conflitos políticos, internos à comunidade, provenientes da oposição de não-quilombolas aos quilombolas. Em um dos capítulos, retomo a temática da pandemia do coronavírus, focando no cotidiano pandêmico do quilombo do Cumbe, nas ações e estratégias postas em prática pela comunidade interlocutora diante do contexto pandêmico. Também disserto sobre a organização social do Cumbe, trazendo elementos fundamentais para se entender a realidade local, como os conflitos internos, as relações de parentesco, a presença de LGBTs, o espírito festeiro dos/as quilombolas, etc. Comento também sobre as relações dos/as quilombolas com seu território, aquilo que chamamos de ‘natureza’, bem como as relações que desenvolvi com os/as quilombolas e seu território. Disserto sobre questões fundamentais do cotidiano do Cumbe, como a pertença religiosa, as manifestações culturais, as relações de gênero e a autonomia quilombola. Concluo a tese, enfatizando questões como a política, a pandemia, minha relação com os/as interlocutores/as e seu modo de vida biointerativo. Em suma, pretendo discutir a estreita relação que os/as quilombolas do Cumbe mantêm com o rio, o mangue, as dunas, a praia e o mar, não só no sentido de atividades produtivas, mas focando nos saberes orgânicos mobilizados nas práticas diárias, nas técnicas, nos afetos e nas memórias dos/as quilombolas. Isso é o que chamo de modo de vida biointerativo, com base em Santos (2015), dos/as quilombolas do Cumbe. A defesa desse modo de vida é o que chamo de continuidade da vida quilombola. |