Goma artesanal versus fécula industrial: substituição no consumo em Manacapuru-AM
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Geografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5400 |
Resumo: | A presente dissertação aborda o consumo da goma e da fécula de mandioca inserido no cotidiano, que pode conter transformações e invisibilidades, que em primeiro contato não é evidente e sim aparente. O consumo da goma de mandioca pode ser algo cotidiano, mas ao mesmo tempo esconde uma transformação não perceptível a uma observação simples. O consumo da fécula de mandioca em Manacapuru, que anteriormente era o consumo da goma de mandioca, constitui aspecto das alterações com o passar dos anos. O que se pretende é analisar e discutir a mudança no consumo da goma de mandioca artesanal e fécula industrializada e como essas mudanças veladas, quase imperceptíveis, estão inseridas na vida cotidiana que nos cerca, que estamos nela e ao mesmo tempo fora dela. Ampliando o debate para as esferas de políticas de desenvolvimento no nível federal, estadual e municipal para enfrentar essa substituição. Para alcançar essa proposta utilizou-se o emprego de uma metodologia partindo do presente para o passado retornando ao presente para compreendê-lo, com base em uma visão lefebvriana, assim como uma pesquisa de campo em Manacapuru, e com dados secundários em órgãos oficiais que estariam vinculados a produção da goma e fécula de mandioca. O surgimento das cidades, dentre elas as cidades da Amazônia atrelada às atividades agrícolas, bem como outras atividades, marcam a relação entre rural e urbano, cidade e campo, essa relação ora harmoniosa ora conflituosa. O campo abastece as cidades com produtos agrícolas ao mesmo tempo em que adquire produtos industrializados da cidade. A indústria muda esta relação, esta mudança ocorre também com a goma de mandioca comercializada na cidade de Manacapuru que antes era produzida localmente em moldes tradicionais e com o passar dos anos surgiu uma fécula de mandioca industrializada exógena, ou seja, produzida em outro estado brasileiro, Paraná. Este novo produto entra no mercado local nas feiras de Manacapuru revestido de goma artesanal, passando por um processo de reidratação. A diferenciação entre goma de mandioca artesanal e fécula industrializada de mandioca está baseada na forma de processo de produção da mesma. Enquanto a goma de mandioca é produzida artesanalmente sem o emprego de muita tecnologia, a produção de fécula obedece a um processo industrial, com uso intenso de tecnologia em quantidades maiores. A indústria da fécula no Brasil foi incentivada pela maior procura por este produto a partir do ano de 2001, mas seu processo industrial ocorre desde a década de 1950, período em que é empregada em diversos ramos industriais, e as regiões onde as fecularias estão concentradas já possuíam uma tradição na produção de fécula. Diante da substituição no consumo da goma de mandioca artesanal pela fécula industrializada exógena algumas políticas de desenvolvimento são anunciadas, estudadas e planejadas pelos poderes públicos federal, estadual e municipal, em conjunto ou isoladas, mas entre os projetos empíricos e realização de uma indústria de fécula no Amazonas um longo caminho está sendo percorrido, pois é visível nas feiras de Manacapuru, bem como em outras cidades amazonenses, o comércio da fécula de mandioca oriunda de outro estado, o que denota que as políticas inerentes a esse produto não alcançaram ou não foram suficientes para possibilitarem o desenvolvimento deste produto no estado |