Terraços fluviais quaternários das regiões de Careiro-da-Várzea, Manaquiri, Careiro-Castanho e Autazes, Amazonia central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Gonçalves Júnior, Eliezer Senna
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/1731861587437272
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4653
Resumo: Na região entre os municípios do Careiro-da-Várzea, Careiro-Castanho, Manaquiri e Autazes, ao sul de Manaus, ocorrem três níveis de terraços fluviais quaternários, de distribuição assimétrica, desenvolvidos sobre as rochas siliciclásticas (arenitos, pelitos e conglomerados) das formações Alter do Chão (Cretáceo) e Novo Remanso (Mioceno), que compõem o embasamento geológico desta região. Localmente, este embasamento aflora como uma faixa alongada de direção NE-SW, com cerca de 150 km de comprimento e 15 km de largura, entre cotas de 100 e 50 metros sustentadas por três níveis de paleossolos lateríticos quimicamente distintos. Os terraços fluviais desenvolvidos entre 240.000 e 2.000 anos AP, se estendem por mais de 100 km e situam-se em cotas variando entre 80 e 10 metros de altitude, constituindo as planícies aluviais do sistema fluvial Solimões-Amazonas, no trecho estudado. Em geral, apresentam morfologia deposicional de barras de acresção lateral, com baixa densidade de drenagem, caracterizada por esparsos canais secundários de planície, além de lagos de vários tamanhos e formas. Internamente, os depósitos são constituídos principalmente de areia e lama (silte e argila), em diferentes proporções, que compõem os pares de estratificação heterolítica inclinada (EHI) das barras em pontal. Os depósitos do Terraço Superior (TS) apresentam coloração rosada a avermelhada e exibem feições de pedogênese, enquanto os depósitos dos Terraços Intermediário (TI) e Inferior (TInf) apresentam coloração marrom a cinza médio, com feições de bioturbação, sendo ricos em matéria orgânica. O TS ocupa a porção centro-sul da área de estudo, com cerca de 100 km de extensão, sendo constituído principalmente por depósitos finos (silte e argila), usados na fabricação da cerâmica vermelha (tijolos e telhas) pelas comunidades locais. Os TI e TInf ocorrem como faixas estreitas e alongadas de até 30 km de extensão, que compõem a planície ativa do sistema fluvial Solimões-Amazonas, estando, portanto, sujeitos as inundações periódicas. As barras em pontal com EHI, a distribuição assimétrica dos terraços, o registro de paleocanais na planície aluvial na região da foz do Rio Purus são evidências da predominância do estilo fluvial meandrante, com migração geral para norte, entre 240.000 e 6.000 anos AP. No Holoceno Tardio o sistema fluvial Solimões-Amazonas evoluiu para um estilo anastomosado-anabranching relativamente estável em resposta ao aumento do nível do mar que barrou sua foz e ao aumento da umidade que proporcionou o desenvolvimento vegetal e subsequentemente a fitoestabilização das margens e aumento da carga de finos em suspensão.