O metamorfismo da serra Tepequém (Estado de Roraima)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Luzardo, Renê
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9068701634315153
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3287
Resumo: A Serra Tepequém, localizada na porção centro norte do Estado de Roraima, é considerada um morro testemunho remanescente da cobertura sedimentar paleoproterozóica que encobre parte do Escudo das Guianas. Famosa pela ocorrência de ouro e, principalmente de diamante, suas rochas são consideradas como pertencentes à base do Supergrupo Roraima, interpretado como uma cobertura sedimentar cratônica depositada após o encerramento do Ciclo Transamazônico (2,25 2,00 Ga), último evento metamórfico regional. A Serra Tepequém constitui uma megassinclinal aberta e suspensa, com cerca de 6 km de comprimento, eixo subhorizontal segundo N 70 E e plano axial subvertical. Paralelamente ao plano axial ocorre uma foliação secundária, do tipo clivagem ardosiana, definida pela orientação preferencial de diminutas lamelas de mica branca. Lineações, como seixos estirados e manchas elípticas, ocorrem segundo o eixo das dobras. O pacote de rochas constitui uma sucessão metavulcanossedimentar com cerca de 700 metros de espessura aflorante. Na base ocorrem metadacitos e metalitarenitos que são encimados por um nível de metabasalto que, por sua vez, é recoberto por intercalações de metassiltito (ardósia) e metarenito fino que perduram por mais de 300 metros. A partir daí, ocorre uma camada com cerca de 100 metros de metaconglomerado portador de ouro e diamante que se intercala com metarenitos grossos formando ciclos com granodecrescência ascendente. A análise dos filossilicatos, como indicadores de metamorfismo de muito baixo grau ou de diagênese, foi realizada utilizando-se o microscópio petrográfico e o difratômetro de raios-X. A identificação de pirofilita e de mica branca (moscovita/illita), que aliada à ausência de caulinita e de quartzo, minerais bastante comuns nas rochas sedimentares pelíticas, indica que a reação caulinita + quartzo = pirofilita + água que marca nas rochas pelíticas o início do metamorfismo foi realizada. A presença de actinolita e pumpellyíta neoformadas no metabasalto caracteriza a zona de alta temperatura do fácies prehnita-pumpellyíta do metamorfismo de muito baixo grau para rochas básicas. O intervalo de pressão e temperatura atuantes durante a formação das ardósias e metabasalto situa-se entre 2 Kb e 345±20 ºC (aparecimento da actinolita) e 3,9 Kb e 430±15 ºC (desaparecimento da pirofilita). A sucessão metavulcanossedimentar apresenta uma transição gradual para uma seqüência de rochas supracrustais, que possui um padrão de distribuição progressivo dos fáceis metamórficos com polaridade em direção ao interior do Cinturão Guiana Central. A seqüência supracrustal, formada pelas ardósias da Serra Tepequém, varia lateralmente, sem discordâncias aparentes, para filitos, quartzitos e xistos máficos da Vila Brasil. A seguir, ocorrem mica xistos e anfibolitos da Serra Cauarane e, finalmente após 70 km, paragnaisses kinzigíticos e migmatitos da Serra Murupu. A presença das paragêneses de minerais metamórficos e de feições geradas por regime tectônico compressivo (como dobras, clivagem ardosiana e seixos achatados) indica a atuação de metamorfismo regional dínamo-termal incipiente, fácies prehnita-pumpellyita (Winkler, 1977) ou orogênico de muito baixo grau (Yardley, 1989) em porções da cobertura paleoproterozóica (Supergrupo Roraima) do Escudo das Guianas. Isto implica na existência de um evento metamórfico regional mais jovem que o Ciclo Transamazônico.