Estudo das associações entre os sistemas ABO, Duffy, antígenos RhD e a malária vivax em habitantes do Estado do Amazonas, Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Albuquerque, Sérgio Roberto Lopes
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7446141046261325
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
BR
UFAM
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3111
Resumo: A malária é a mais importante doença parasitária do mundo, tendo exercido um forte efeito na evolução humana com um crescente corpo de evidências indicando que tanto o risco de adquirir esta infecção, quanto o de desenvolver severas complicações, tem sido determinado por fatores genéticos do hospedeiro e do parasito infectante. Isolados selvagens de parasitas de malária tem mostrado uma maior variabilidade para invadir hemácias humanas quando comparados com os cultivados em laboratórios, mostrando que em áreas endêmicas, estes podem ter desenvolvido diferentes habilidades para invadir particulares tipos de hemácias. Existem na literatura, resultados controversos quanto a associação entre o sistema ABO, antígenos Rh e a malária vivax, porém já foi bem demonstrada a importância da glicoproteína eritrocitária Duffy na invasão de hemácias humanas por merozoítos de Plasmodium vivax, entretanto ainda sendo pouco conhecido se mutações nesta glicoproteína podem estar associadas à frequência de infecção do P. vivax ou na densidade parasitária da malária vivax. Neste estudo investigamos associações entre o sistema sanguíneo ABO, antígeno RhD, as mutações da proteína Duffy (125 G>A (FYA/FYB) 265 C>T e 298 G>A (antígeno FyX) e do promotor GATA box, -33(T>C),) e a malária vivax, em habitantes do Estado do Amazonas, Brasil. Neste estudo, tanto a identificação do P. vivax, como a verificação das densidades parasitárias na malária vivax, foi determinada por testes microscópicos e leucometria em 497 pacientes infectados, nos quais foram realizadas fenotipagens dos sistemas ABO, Duffy antígeno RhD pela técnica da hemaglutinação, assim como as genotipagens do sistema sanguíneo Duffy pela técnica da PCR/RFLP. As possíveis associações entre as frequências encontradas dos sistemas sanguíneos citados e a malária vivax foram analisadas através do teste qui quadrado, assim como as possíveis associações das genotipagens Duffy com o nível de densidades parasitárias encontradas foram analisadas através do teste de kruskal wallis. Nossos dados mostraram, que a presença do antígeno A, genótipos FYA/FYB-33 e FYB/FYB-33 pode ser uma vantagem seletiva na população, reduzindo a taxa de infecção pelo P. vivax nesta região, porém sem estarem associados ao nível de densidade parasitária das infecções de malária. Não encontramos associação entre o antígeno RhD e a susceptibilidade ao P. vivax, no entanto os genótipos FYA/FYB, FYA/FYA mostraram-se associados ao aumento da frequência de infecção pelo P. vivax na região estudada. Os genótipos FYB/FYX e FYA/ FYX não mostraram-se associados à frequência de infecção pelo P. vivax, mas sim aos baixos níveis de densidades parasitárias encontrada entre os pacientes infectados com este genótipo. Reportamos, ainda, neste estudo, indivíduos com o genótipo FYB-33/FYB-33 com antecedentes de malária vivax. Estes resultados sugerem que, em regiões endêmicas de malária, pode estar havendo adaptações naturais tanto quanto ao surgimento de mecanismos parciais de defesa contra o Plasmodium vivax distintos dos já descritos em descendentes africanos como adaptações que podem estar também levando a um aumento a susceptibilidade a este tipo de malária.