Lideranças Quilombolas no Amazonas: “a gente só era gente, mas hoje a gente sabe que faz parte de um grupo, um grupo que faz parte da história do Brasil
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Educação Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10720 |
Resumo: | A pesquisa analisa o processo de formação e atuação das lideranças das associações de moradores remanescentes de quilombo do Tambor e de Novo Airão. O objetivo geral foi analisar a trajetória formativa das lideranças quilombolas, no Amazonas. Os objetivos específicos se apresentam a partir de três desdobramentos: 1. Identificar os processos e fatores que atravessam o processo formativo de lideranças quilombolas; 2. Examinar o panorama sobre os direitos sociais, democracia, conquistas e desafios na implementação dos direitos quilombolas; 3. Compreender o papel das experiências em espaços escolares e não-escolares na formação de lideranças de associações de moradores. Abordamos a formação de lideranças quilombolas à luz de um arcabouço teórico, documental e empírico com três eixos, a saber: Processo formativo; Direitos e Liderança. Neste contexto, aproximamo-nos das abordagens de Abdias Nascimento (2016), Clóvis Moura (2022), Nilma Lino Gomes (2022), Givânia Silva (2022), Cida Bento (2022), Kabenguele Munanga (2022), Neusa Souza (2021), Molefi Asante (2016). Metodologicamente, a pesquisa adota a História oral de vida (Anabel Moriña), com base na obra: Investigar com Histórias de Vida (2016). Para análise geral das evidências, estamos utilizando recursos da análise de conteúdo, tais como: a unidade de contexto e unidade de análise temática, à luz de Bardin (2020), com o auxílio da ferramenta analítica Atlas ti. A seleção, recolha e tratamento de informações secundárias foi realizada com levantamento bibliográfico e documental, as primárias por meio de pesquisa de campo, observações e registro de convivência. A organização da tese segue a seguinte estrutura: uma introdução e mais 4 capítulos, no qual os elementos teóricos, documentais e empíricos se entrelaçam e tecem a rede que constitui a investigação da formação de lideranças quilombolas no contexto do estado do Amazonas. Trata-se de uma pesquisa produzida em parceria entre pesquisadores e agentes sociopolíticos, os agentes da pesquisa. Na revisão integrativa, 2º capítulo identificamos conceitos de liderança política formal e a licença informal, religiosa e cultural/tradicional, sob a ótica das próprias lideranças, os quais foram adotados nesta tese. A tese proposta elenca os três tipos de liderança como fundamentais para a constituição da política pública, ainda que a liderança política formal seja a única considerada nesse processo. Assim, a tese suscita que a política pública constituída a partir das lutas resultam de processos de liderança informal religiosa e tradicional/cultural, bem como as contribuições dessas duas lideranças no processo formativo das lideranças formais, o qual sugere tanto aspectos formais quanto não formais, denotando que o individual e o coletivo se entrelaçam nas histórias de vida desses agentes. Ademais, acrescenta que, no âmbito da formalização da política pública, há um apagamento dessas lideranças, sobretudo quando aparecem e se limitam a liderança política formal, mesmo que resultem e agreguem liderança informal religiosa e tradicional/cultural. Os resultados indicam que a luta pela autoidentificação e pelo território ocupa lugar central para as lideranças formais e informais, haja vista que a formação política das atuais lideranças foi fomentada pelos movimentos negro e quilombola, na medida em que se organizam e se apropriam dos seus direitos. Quanto à educação escolar, por diversos fatores, ocupou um espaço secundário nesse processo. Isto é, também indicam vitórias no campo político, como no caso da titulação do território, ao mesmo tempo que manifestam preocupação em relação à formação de novas lideranças formais e informais, estas últimas fundamentais para coesão e manutenção da cultura e dos saberes tradicionais. Por fim, o século XXI pode exigir das lideranças políticas formais não apenas uma compreensão e apropriação de problemáticas locais e culturais, mas também a capacidade de agir em um contexto local, exigindo maior grau de escolarização. |