Caracterização da expressão gênica das subpopulações de monócitos CD14+CD16-, CD14+CD16+ e CD14dimCD16+ na obesidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Martins, Mariana Renovato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16182
Resumo: A obesidade é definida como um acúmulo de gordura normal ou excessivo capaz de comprometer a saúde. Sabe-se que a mesma é uma condição inflamatória de baixo grau caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo, o que contribui para o processo inflamatório. Nesse contexto os macrófagos do tecido adiposo (ATM) secretam diversos fatores e são polarizados nos fenótipos pró-inflamatório (M1) e anti-inflamatório (M2). A maioria dos ATMs deriva de monócitos circulantes e desta forma destaca-se o importante papel dos monócitos nesse quadro de inflamação de baixo-grau. Recentemente, três subpopulações de monócitos foram identificadas: Os CD14+CD16- (MC), os CD14+CD16+ (MI) e os CD14dim CD16+ (MNC). Estudos têm demonstrado um aumento nos monócitos CD16+ (MNC e MI) em doenças inflamatórias em humanos. Recentemente, foi demonstrado que o aumento nos monócitos CD16+ também acontece na obesidade e diminui após a perda de peso. No presente trabalho apresentamos uma parte dos dados que demonstraram que as frequências dos monócitos MI e MNC estão aumentadas em obesos e diminuem com a perda de peso (Poitou e col, 2011). Além disso, caracterizamos o perfil de expressão gênica das subpopulações de monócitos na obesidade e sugerimos, pela primeira vez, que o meio condicionado do adiposo induz a diferenciação dos monócitos clássicos em monócitos CD16+. Ademais caracterizamos a frequência das três subpopulações de monócitos em crianças obesas e com sobrepeso. Os monócitos MC, MI e MNC de 6 indivíduos obesos (OB) antes e 3 meses após o by-pass gástrico (OB/AC), 6 indivíduos com diabetes do tipo II e 7 indivíduos eutróficos foram purificados por citometria de fluxo. As expressões de diversos genes envolvidos nos processos de migração, adesão, fagocitose e produção de citocinas e quimiocinas foram analisadas através da técnica de microarranjo. Observamos um aumento na frequência dos monócitos CD16+ nos indivíduos adultos obesos e obesos com diabetes, os quais estavam diminuídos três meses após a perda de peso. As expressões gênicas de CX3CR1 e de TLR8 estavam aumentadas nos monócitos MC, MI e MNC do grupo OB e diminuíram após a cirurgia. As três subpopulações de monócitos apresentaram perfis de expressão gênica diferentes no grupo OB comparado com o grupo C: os monócitos MNC expressaram níveis elevados de CSF1R, SELPLG, TLR4, TNFα e IL1β, os monócitos MI se caracterizaram pela expressão aumentada de CCR2, CX3CR1, CCR5 TNFα e MCP1 e os monócitos CD14+CD16- apresentaram níveis elevados de CCR2, CX3CR1, CD36 e TLR4. Nossos resultados demonstraram que os monócitos CD14+CD16- podem se diferenciar em monócitos CD16+ quando estimulados com o meio condicionado do tecido adiposo visceral, sugerindo uma função primordial do tecido adiposo no aumento da frequência desses monócitos durante a obesidade. As três subpopulações apresentam padrões diferentes de expressão gênica de moléculas envolvidas na migração, adesão e inflamação. Nesse contexto CX3CR1 e TLR8 podem ser considerados como uma assinatura molecular refletindo as funções monocitárias alteradas na obesidade.