A representação social das cirurgias espirituais na umbanda para médiuns umbandistas do ritual bantu-ameríndio
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18648 |
Resumo: | Para conhecer a representação social das cirurgias espirituais na Umbanda para médiuns umbandistas do ritual bantu-ameríndio, considerou-se como objetivos descrever os conteúdos e a estrutura da representação social elaborada pelos médiuns umbandistas do ritual bantu-ameríndio sobre cirurgias espirituais na Umbanda; comparar a estrutura da representação social das cirurgias espirituais na Umbanda entre os médiuns umbandistas do ritual bantu-ameríndio que já participaram e aqueles que nunca tiveram contato com as referidas cirurgias; identificar o processo de enfrentamento de doenças a partir da representação social constituída; discutir, a partir da visão de seus membros, como os centros umbandistas se constituem em um espaço de cuidados integrais em saúde; e discutir as contribuições desta representação no aprofundamento de determinados aspectos do cuidado em saúde e de enfermagem. Trata-se de estudo descritivo-exploratório, qualitativo, apoiado na Teoria das Representações Sociais em suas abordagens estrutural e processual, realizado entre 2019 e 2021, em 7 terreiros de Umbanda praticantes do ritual bantu-ameríndio nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Durante a primeira etapa, participaram 200 médiuns divididos em dois grupos, um com 100 que participam ou já participaram das cirurgias espirituais e outro com 100 que nunca tiveram contato com elas, sendo que ambos responderam à caracterização, à coleta de evocações livres para o termo indutor cirurgias espirituais na Umbanda e à escala de religiosidade de DUKE. Na segunda etapa, 30 médiuns foram entrevistados. Para o tratamento dos dados coletados na primeira etapa, foi construído um banco de dados com o auxílio do Microsoft® Office Excel for Windows. As evocações passaram pela análise prototípica, a similitude pela coocorrência e as entrevistas por uma análise lexical. Quanto à abordagem estrutural, os resultados indicam que o provável núcleo central das cirurgias espirituais na Umbanda para os participantes é cura, ter-fé e entidade. Com relação à comparação entre os grupos, o provável núcleo central para os participantes que têm ou já tiveram contato com as cirurgias é cura, ter-fé e caridade; e para o grupo que nunca teve contato com elas é cura e ter-fé. Logo, estes dois últimos elementos são consensuais para os dois grupos. Quanto à análise processual, os resultados se dividiram na classe 1 e no eixo 1 que continuou se subdividindo em classes, sendo que a classe 1 expõe os procedimentos necessários à realização das cirurgias espirituais na Umbanda: aspectos materiais e espirituais no âmbito do acolhimento, do preparo, do protagonismo mediúnico e da promoção da saúde; e o eixo 1 aborda as cirurgias espirituais na Umbanda: a encruzilhada que abriga o encontro da religião e da saúde como espaço de aposição de fé e esperança na cura. Ao término da pesquisa, identificou-se que as cirurgias espirituais na Umbanda são representadas pelos grupos como um tipo de trabalho energético-espiritual de saúde, enquanto recurso mágico-terapêutico, referência reconhecida de trabalho de cura, a qual é impulsionada pela fé. Além disso, fornece subsídios para pensar o cuidado integral em saúde e o cuidado culturalmente congruente para a enfermagem. |