Capitu na sala de aula: da história literária à imagologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Azevedo, Juliana Marques Nunes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21053
Resumo: As obras de história literária tradicionais contribuíram para consolidar uma ideia de pedagogia literária que permeia os ensinos básico e superior, servindo de guia e resistência de um cânone que se cristalizou tanto na eleição de obras, quanto na forma de ler e interpretar cada uma delas. Com a intenção de narrar e registrar a literatura nacional e todo o seu processo de amadurecimento, vários intelectuais deram fôlego a um gênero que tivera seu auge no século XIX. Nossa intenção, num primeiro momento, é avaliar, por meio da evocação de autores como João Adolfo Hansen, Paulo Franchetti, Abel Barros Baptista entre outros, como um trabalho voltado para o ensino de história literária nacional revela limitações. Para contrapor teoria e prática, analisamos, num segundo momento, a Base Nacional Comum Curricular e suas premissas; o currículo de literatura do Ensino Médio proposto pela Secretaria do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2022; e livros didáticos do Programa Nacional do Livro Didático, de modo a verificar em que medida o modelo da tradicional história literária continua a ser reproduzido no nosso Ensino Médio. Por fim, o foco da pesquisa se torna o famoso romance Dom Casmurro, caso exemplar de uma obra submetida a um ensino de literatura que reafirma o lugar do autor na linha do tempo dos estilos de época, sem que haja um trabalho de análise realmente sólido. Propondo, então, uma leitura contracanônica, emfocamos o romance à luz da teoria imagológica de Daniel Henri-Pageaux, base para o estudo das imagens literárias em três etapas: léxico, relações hierarquizadas e cenário. Em cada uma, um nível do texto literário ganha destaque de forma a evidenciar como as imagens criadas pelo narrador Bento Santiago a propósito de Capitu ajudam a forjar um perfil de mulher pautado pela inconfiabilidade e pela malícia. Depois do referido percurso teórico-analítico, propomos uma sequência didática de trabalho com o livro, de forma a contribuir de maneira prática de um ponto de vista pedagógico