Correlação entre status do microbioma vaginal e lesões precursoras do colo uterino e canal anal de mulheres HIV+ em uso de TARV com e sem o uso de inibidores da protease
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19067 |
Resumo: | A imunossupressão relacionada ao vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) é conhecida por ter um impacto desfavorável na história natural do Papillomavirus Humano (HPV), sendo associada ao aumento da aquisição e à persistência da infecção HPV induzida. A terapia antirretroviral (TARV) altamente ativa permitiu aumentar a qualidade e aumentar a expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV. Os inibidores da protease (IP) podem causar efeitos adversos na mucosa com impacto no crescimento e na integridade dos tecidos, porém tendem a atingir baixas concentrações em fluidos biológicos. O objetivo desse trabalho foi de estabelecer possíveis diferenças na constituição do microbioma vaginal e a ocorrência de lesões precursoras cervical e anal em mulheres HIV+ em TARV com e sem inibidores da protease. Oitenta e oito mulheres com infecção pelo vírus HIV foram divididas em dois grupos: TARV com IP e sem IP. Todas as participantes foram submetidas à anamnese com coleta de dados clínicos e sociodemográficos. O DNA total, usado como modelo nos ensaios baseados em reação da polimerase em cadeia (PCR) para a detecção de HPV-DNA, foi extraído de amostras cervicais e anais. Amostras ectocervicais, endocervicais e anais foram coletadas para colpocitologia e citologia anal. Não houve diferenças entre os grupos com e sem IP em relação às lesões relacionadas ao HPV. Apesar da maior prevalência de vaginose bacteriana (VB) no grupo IP (33,96% vs 17,14%), a diferença não foi significativa ao considerar todas as mulheres (p = 0,066). Quando mulheres com carga viral detectável e contagem de células T CD4 + <200 foram excluídas em ambos os grupos, a VB foi mais prevalente no grupo IP (p = 0,049) . Não foram encontradas associações entre VB e idade, uso de preservativo, HPV cervical, tempo com o regime TARV atual, relação anal receptiva desprotegida e lesões relacionadas ao HPV cervical. As taxas de positividade para o HPV cervical e anal foram de 35,21% e 78,8%, respectivamente. A presença de lesões relacionadas ao HPV na colpocitologia foi associada à positividade anal do HPV (p = 0,027). A proporção entre infecção cervical por HPV e lesões cervicais relacionadas ao HPV foi de 2,5. A proporção entre infecção pelo HPV anal e lesões relacionadas ao HPV anal foi de 4,3. Trinta por cento tinham DNA concomitante de HPV no colo do útero e no ânus. Não houve diferenças na frequência de lesões HPV-relacionadas de colo uterino e ânus, bem como na ocorrência de infecções pelo HPV cervical e anal entre mulheres HIV+ com e sem IP. Após exclusão de mulheres com carga viral detectável e contagem de células T CD4 + <200, houve aumento na ocorrência de vaginose bacteriana em mulheres HIV+ em TARV com IP. |