Variabilidade do carbono orgânico dissolvido no estreito de Bransfield, Norte da Península Antártica, entre os anos de 2015 e 2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Raquel Avelina da Conceição dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16873
Resumo: O reservatório marinho de carbono orgânico dissolvido (COD) é equivalente ao reservatório de carbono atmosférico e representa o maior estoque reduzido de carbono no oceano. No entanto, o papel do COD no ciclo global do carbono não é totalmente compreendido. Este estudo analisou a distribuição de COD na coluna de água do estreito de Bransfield, Norte da Península Antártica, em fevereiro de 2015 e 2016. Os dados foram coletados durante dois cruzeiros oceanográficos de verão do projeto NAUTILUS conduzidos pelo Grupo Brasileiro de Oceanografia de Altas Latitudes. As amostras de COD foram determinadas através do método “carbono orgânico não purgável” e os resultados foram correlacionados com dados hidrográficos como, temperatura, salinidade e oxigênio dissolvido. As concentrações de COD variaram de 40,70 a 122,82 μmol kg−1 em 2015 e 33,12 a 112,20 μmol kg−1 em 2016. As análises mostraram que a distribuição vertical de COD no estreito de Bransfield pode ser controlada por uma combinação de estratificação vertical da coluna de água, exportação vertical de matéria orgânica e atividade biológica na camada superior de mistura, durante o verão. As diferenças interanuais significativas observadas entre as concentrações de COD e a maioria dos parâmetros físico-químicos podem estar relacionadas aos modos climáticos El Niño - Oscilação Sul (ENSO) e Southern Annular Mode (SAM). As maiores concentrações de COD, observadas em fevereiro de 2015, foram associadas à uma camada de água superficial quente e estratificada. Os modos climáticos ENSO e SAM apresentaram intensidade positiva e fraca em 2015, favorecendo intrusões de águas oriundas da Corrente Circumpolar Antártica. Em contraste, a campanha de fevereiro de 2016 foi caracterizada por eventos de ENSO e SAM positivos e de intensidade recorde. A intensificação do Giro de Weddell induzida por esses modos climáticos, promoveu a advecção de águas frias, mais oxigenadas e recentemente formadas da plataforma para o estreito de Bransfield, o que pode ter contribuído para as menores concentrações de COD na coluna de água. Este estudo contribui para uma melhor compreensão do papel do COD no ciclo global do carbono em uma região de complexa circulação e mistura oceânica e sensível às mudanças climáticas globais