Na batalha do mercado, eles lutam pra vencer, elas lutam pra entrar: uma análise discursiva do sujeito profissional em NOVA e VOCÊ S.A
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6972 |
Resumo: | Tendo como base o arcabouço teórico da Análise de Discurso Materialista, o presente trabalho tem como objetivo analisar os efeitos de sentidos produzidos para os sujeitos profissional e profissional-mulher em reportagens de caráter prescritivo, retiradas das revistas VOCÊ S.A e NOVA/COSMOPOLITAN, sobre comportamento no ambiente corporativo. Busca-se mais especificamente identificar que imagem de mulher atrelada ao sujeito profissional-mulher em cada uma das revistas e, também, identificar se a posição profissional em VOCÊ S.A é atravessada por alguma formação discursiva gendrada. A partir do conceito de trajeto temático, organiza-se o corpus em três grupos: chefia , comunicação virtual e medo/insegurança . Cada grupo é composto por duas matérias de mesmo tema, uma tendo o sujeito profissional ocupando a posição de formação imaginária leitor e a outra o sujeito profissional-mulher . Nos trajetos temáticos chefia e comunicação virtual faz-se uma análise comparativa entre as matérias de NOVA/COSMOPOLITAN, destinadas a profissionais-mulheres , e de VOCÊ S.A, destinada a profissionais . Já no trajeto temático medo/insegurança , comparam-se duas matérias de VOCÊ S.A, sendo uma destinada a profissionais e outra a profissionais-mulheres . No decorrer das análises observa-se que, mesmo nas matérias de VOCÊ S.A que possuem como formação imaginária o sujeito profissional , encontra-se uma imagem de profissional-mulher atravessando o discurso. Constata-se que, para todas as matérias analisadas de ambas as revistas, a imagem de mulher que constitui o sujeito profissional-mulher se inscreve em uma formação discursiva sexista e que, o sujeito profissional de VOCÊ S.A se inscreve nessa mesma formação discursiva como sujeito homem . Além disso, também é possível observar que, enquanto o sujeito profissional-mulher se mantém na posição sujeito-leitora de NOVA/COSMOPOLITAN, ou seja, como um sujeito-leitor de revista feminina, o discurso sexista funciona produzindo e determinando sentidos para mulher como se fosse único, de forma pacífica, sem estabelecer relação de tensão com outros discursos. Entretanto, quando o sujeito profissional-mulher se desloca para ocupar a posição de sujeito-leitor de VOCÊ S.A, isto é, quando esse sujeito passa a ocupar a posição de profissional , observa-se que o discurso sexista da revista estabelece uma relação de tensão com os elementos de saber de uma formação discursiva antagônica, a formação discursiva feminista. Como considerações finais, tem-se que, no discurso das matérias analisadas, o homem é sempre-já sujeito profissional , destino a ele determinado como condição natural pelo discurso sexista. Já o sujeito profissional-mulher é um sujeito que está em condição de tornar-se profissional , e para isso precisa superar sua condição de mulher. Entretanto, quando o profissional-mulher se reivindica como profissional em uma condição de igualdade, o discurso feminista funciona de forma a coloca-la novamente em seu lugar natural , o de mãe e esposa. |