Bioacumulação e biomagnificação de mercúrio na teia trófica do golfinho-pintado-do-Atlântico (Stenella frontalis)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Tovar, Lucas Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
TMF
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22365
Resumo: O mercúrio é um metal de importância toxicológica que ocorre naturalmente no meio ambiente, pode ter suas concentrações elevadas pela ação humana e possui potencial de bioacumulação e biomagnificação. A dieta é a principal via de exposição a esse contaminante, sendo assim, a ecologia trófica é fundamental para entender a contaminação por mercúrio e seus riscos à biota. Os isótopos estáveis de nitrogênio são uma das ferramentas utilizadas para entender a transferência de energia e de contaminantes nas teias tróficas. O presente estudo teve como objetivo investigar a transferência de mercúrio através da teia trófica do golfinho-pintado-do-Atlântico, Stenella frontalis, na Baía da Ilha Grande, Brasil (BIG). Amostras da espécie foram obtidas de carcaças encontradas encalhadas na BIG entre 2012 e 2020, suas potenciais presas foram coletadas em entreposto pesqueiro na mesma baía na estação úmida e na estação seca. As concentrações de mercúrio total (HgT) no músculo (n=147) e no fígado (n=7) foram determinadas por espectrometria de absorção atômica e os valores musculares de δ15N (n=147) foram mensuradas por um espectrômetro de massas de razão isotópica. Para investigar a importância transferência trófica afeta a contaminação por mercúrio na biota, foram aplicados modelos lineares entre as concentrações logarítmicas de HgT e δ15N ou posição trófica (PT). A estimativa de transferência trófica foi realizada pelo antilog da inclinação da reta da regressão (TMF). As concentrações de HgT em S. frontalis foram maiores no fígado (55665 ± 53163 ng.g-1 p.s.) do que no músculo (2196 ± 1662 ng.g-1 p.s.) e nenhuma correlação com a idade foi encontrada. As concentrações HgT, e os valores de PT (4,0 ± 0,3) e δ15N (13,7 ± 1,5‰) no verão variaram significativamente, no inverno PT e δ15N também variaram significativamente entre as espécies, mas THg não. Todos os modelos com o uso da PT foram significativos e o TMF > 1, mas para δ15N apenas o modelo do verão foi significativo e o TMF > 1. As concentrações de mercúrio em S. frontalis na BIG foram similares de outros estudos com a espécie no Brasil e Caribe, mas menores do que no Arquipélago de Açores e EUA. O presente estudo mostrou que a transferência trófica é um fator importante na biomagnificação do mercúrio nesta teia alimentar costeira tropical. Tanto δ15N quanto PT foram boas variáveis explicativas para a transferência trófica de mercúrio, PT foi melhor para comparar diferentes estações do ano por considerar as diferenças metabolicas entre S. frontalis e suas presas.