Narrativas e disputa de sentidos na mídia televisiva contemporânea: quem foi a Marielle Franco dos telejornais?
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18096 |
Resumo: | Considerando as transformações do ambiente midiático e a radicalização política de parte da sociedade brasileira na atualidade, esta dissertação se propõe a refletir sobre o lugar do telejornalismo nesse contexto, admitindo tratar-se de uma importante fonte de conhecimento do cotidiano. O assassinato da vereadora e socióloga Marielle Franco, no Rio de Janeiro, representou um marco na história política recente do Brasil e alcançou grande repercussão popular, manifestada nas ruas e nas redes sociais. Sendo assim, a pesquisa objetiva identificar as estratégias enunciativas de produção de sentidos adotadas por telejornais das duas emissoras de maior audiência no país em torno do crime e da trajetória da parlamentar. O mundo é representado na TV por meio da linguagem audiovisual que, por sua vez, alimenta o imaginário coletivo em torno de fatos, objetos e pessoas. Por isso, a metodologia adotada é composta pela Análise Televisual, que proporciona uma leitura crítica da narrativa dos produtos audiovisuais, e por entrevistas em profundidade com jornalistas envolvidos na cobertura do assassinato. O corpus da pesquisa está centrado no Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, e no Jornal da Record, da Record TV, sendo ao todo 42 edições do mês de março de 2018 e março de 2019, somando mais de 35 horas de notícias. Torna-se necessário levar em conta as linhas editoriais orientadas por grupos com interesses políticos distintos, embora mantenedores do discurso hegemônico da elite socioeconômica. O percurso teórico desta dissertação busca abranger as noções de texto audiovisual, estrutura narrativa e construção de sentidos; discute ainda os conceitos relacionados ao telejornalismo como mediação cultural, critérios de noticiabilidade, imaginário social, representação e interação; além de explicitar a rotina na televisão para a produção da notícia. O cruzamento dos resultados da análise dos telejornais com a interpretação dos depoimentos dos jornalistas evidencia distinções nas narrativas, que traçaram diferentes perfis de Marielle Franco, atendendo a interesses políticos e econômicos. O modo como os noticiários narraram o assassinato e representaram a vítima revela uma disputa de sentidos e o posicionamento de cada emissora no cenário de polarização política da sociedade brasileira. A valorização da cobertura relacionada a uma representante de minorias sociais e a visibilidade dada ao preto e à mulher devem ser considerados, mas surgem como um discurso negociado. Cada telejornal adotou os princípios e concepções de sua respectiva audiência, garantindo os vínculos com seu público. Contudo, ambas as narrativas evitaram focar na possibilidade de mudanças na estratificação social a partir da história de vida de Marielle, mantendo assim o status quo. |