Pecado, salvação e cura: representações sociais da aids para líderes religiosos pentecostais
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11146 |
Resumo: | Esta tese tem como objeto de pesquisa as representações sociais da aids desenvolvidas por líderes religiosos evangélicos e como objetivo geral analisar as representações sociais de líderes religiosos evangélicos pentecostais acerca do HIV/Aids, em sua interface com as construções representacionais sobre pecado e Deus. Ainda tem como objetivos específicos descrever as construções representacionais de Deus e de pecado para líderes evangélicos pentecostais; descrever o conteúdo e a estrutura das representações sociais do HIV/Aids desenvolvidas por líderes religiosos pentecostais; e analisar as relações entre as representações sociais de pecado e Deus elaboradas pelos líderes pentecostais com aquelas que possuem sobre HIV/Aids. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório baseado nas abordagens processual e estrutural da Teoria das Representações Sociais. Como cenários foram escolhidas três igrejas evangélicas pentecostais da mesma denominação, localizadas nas cidades do Rio de Janeiro e Petrópolis. Na primeira etapa deste estudo, focada na abordagem estrutural das representações sociais, participaram 120 líderes religiosos evangélicos. Na segunda etapa de coleta de dados, baseada na abordagem processual das representações sociais, 30 líderes evangélicos participaram da pesquisa. Os dados foram coletados através da técnica de evocações livres utilizando-se os termos indutores HIV/Aids, Deus e pecado, e de entrevistas semiestruturadas, orientadas por um roteiro temático. As evocações livres foram analisadas pela da técnica de quatro casas, através do software EVOC, bem como pela análise de similitude e as entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo temática-categorial, resultando em quatro categorias. Os líderes incorporaram elementos do universo reificado através da representação da aids como doença transmissível, causada por um vírus e incurável. Possuem como imagem da aids principalmente a morte. A ancoragem da aids para os líderes religiosos está centrada na ideia de pecado, principalmente quando relacionam a síndrome com o castigo divino e desobediência às leis de Deus. A cura-divina, uma das características centrais do pentecostalismo, também aparece no discurso dos líderes religiosos associada à salvação da alma e devendo ocorrer mediante a vontade divina, a fé e o arrependimento do pecado. Observa-se, ainda, uma tensão sócio-institucional dentro da Igreja no contexto do HIV/Aids: ao mesmo tempo em que os líderes percebem a Igreja como um fator de proteção para a infecção pelo HIV, revelam que não está preparada para lidar com aqueles que já possuem o vírus. Conclui-se que a avaliação negativa da aids e as imagens e atitudes em referência à síndrome possuem raízes em compreensões da síndrome no início da epidemia. Evidencia-se, igualmente, a sobreposição da história da aids em relação à história da salvação. Portanto, este estudo permite ao enfermeiro compreender a organização do pensamento social da religião evangélica acerca da aids para, a partir de então, trabalhar juntamente com a pessoa com HIV/Aids a aceitação da doença, a vivência cotidiana com a síndrome e a adesão à terapia medicamentosa, sem reforçar as representações negativas que a religião possui sobre a aids e utilizando as representações positivas como estratégia para o bem viver com HIV/Aids. |