Testemunhos de Lama - Conhecer o passado, compreender o presente e pensar o futuro: reconstituição da contaminação nos manguezais da costa brasileira e dimensões socioeconômicas de seu entorno

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Araujo, Michelle Passos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Multidisciplinar; BR; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente
• Palavras-chave em Português: Sediment cores; Urbanization; Economic Growth Socioeconomics; Molecular Markers; Contamination; Marine ecosystem; Manguezais - Brasil; Brasil - Condições econômicas; Ecologia aquática - Brasil; Proteção ambiental - Brasil; Testemunhos de sedimento; Crescimento econômico; Marcadores moleculares; Contaminação; Ecossistema marinho; CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14330

Essa tese apresenta um estudo sobre o acúmulo de matéria orgânica nos sedimentos de manguezais brasileiros, utilizando marcadores moleculares lipídicos (hidrocarbonetos alifáticos - HAT, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos - HPAs - e esteróis) e indicadores socioeconômicos, com o objetivo de avaliar o processo histórico de contaminação de manguezais ao longo da costa do Brasil. Foram amostrados 8 (oito) testemunhos de sedimentos em áreas de manguezal, distribuídas em áreas com características prístinas e sob influência antrópica, representativas das quatro regiões geográficas litorâneas do Brasil. Os compostos orgânicos foram obtidos através de extração em Sohxlet (EPA 3540C) e separação em cromatografia líquida em coluna aberta de sílica/alumina (EPA 3630C). A identificação e quantificação foram realizadas por cromatografia em fase gasosa com detector de ionização por chama (CG/DIC - EPA 8015B), para os HAT, e acoplada à espectrometria de massa (EPA 8270D), para os HPAs e esteróis. As concentrações de hidrocarbonetos (HAT: 0,5 a 381,7 μg.g-1; HPAs: 4,2 a 4.877 ng g-1 e, Σ16HPA : 2,3 a 630 ng g-1) e esteróis (Totais: 3,09 a 451,4 μg g-1 e 27Δ0β: 0,22 a 8,75 μg g-1) registraram níveis de contaminação desde baixos a moderados nos sedimentos dos manguezais estudados. Um aporte mais expressivo destes compostos foi percebido nas últimas décadas, refletindo uma contaminação recente principalmente para os manguezais adjacentes a áreas metropolitanas, correspondente às atividades antrópicas locais. Através de uma abordagem integrada de análise estatística multivariada e interpretação de indicadores socioeconômicos foi possível discernir os perfis históricos das contribuições naturais e antrópicas (pirolítica, petrogênica e/ou fecal) nos sedimentos de manguezais de acordo com a evolução dos processos de ocupação urbana, agrária e industrial, reflexo das políticas de desenvolvimento do Brasil, no último século. A acentuada tendência de aumento dos níveis de contaminação nas décadas recentes, requer atenção especial, emergindo a importância da extensão deste, e de novos conhecimentos, à toda sociedade brasileira em prol da conservação dos manguezais