Samba-enredo e identidades negras: Abordagens docentes no ensino de História escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pereira, Alberto Fraga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23080
Resumo: Em 2024 comemora-se 21 anos da promulgação da Lei 10.639 e 16 da Lei 11.645. Essa dupla legislação, em um contexto político e social de reverberação de demandas de movimentos de resistência negra no Brasil, estabeleceu a exigência da inclusão de conteúdos relacionados à História e Cultura Afro-brasileira e Africana (lei 10.639), complementada pela exigência do estudo da Cultura Indígena (lei 11.645) nas escolas brasileiras. Apesar da importância da aplicação dessas leis, o Brasil continua sendo um país marcado pelo racismo e pelo pensamento colonialista, onde crianças e adolescentes não brancos, em especial negros, enfrentam dificuldades em se enxergar de maneira positiva ou até mesmo em assumir sua própria identidade étnico-racial, como se comprova no decorrer do trabalho. Tendo este contexto como pano de fundo, a pesquisa busca refletir como a utilização didática de letras de samba-enredo, enquanto expressão cultural desenvolvida pelas escolas de samba, desempenhando um papel intrínseco de resistência cultural e de preservação da memória da africanidade no Brasil, pode contribuir para a promoção de identidades negras a partir do ensino de história escolar. A hipótese desenvolvida na pesquisa é a de que sua potência reside tanto pelo samba ser um artefato que auxilia a manutenção de tradições culturais de origem africana, quanto por constituir-se de narrativas que colocam a população negra como protagonista da História do Brasil. A pesquisa, além de apresentar um histórico do desenvolvimento dos sambas-enredo em diálogo com as mudanças de cenário político nacional na segunda metade do século XX, em especial a partir dos anos 1980, analisa entrevistas com professores escolares de história que explicam seus os objetivos, as dificuldades e os resultados de suas ações docentes. Foi utilizada a História Oral como método, comprovando a eficiência desta prática na construção de uma educação antirracista.