Um condomínio chamado Brasil: trajetórias e percepções de uma camada média urbana na cidade do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18080 |
Resumo: | Este trabalho investigou uma camada média urbana, moradora do bairro Pechincha, em Jacarepaguá, buscando compreender seus processos de mobilidade social e os efeitos da recente crise em suas condições de vida e em suas representações sobre posição social. Para tal, foi realizada uma pesquisa qualitativa, composta por observação participante e entrevistas individuais em profundidade com 28 pessoas moradoras de um condomínio típico do bairro. Como resultado, verificou-se que as trajetórias dessas pessoas têm relação com o movimento de ascensão social observado no país nos anos 2000. A própria vinda para o bairro e para o condomínio foi reflexo de sua mobilidade ascendente, ocorrida na década anterior. Os participantes da pesquisa se auto-identificam como pertencentes a um estrato intermediário na estrutura social, muitas vezes nomeado como “classe média” e termos afins. Como elementos de pertencimento são acionados o acesso a alguns tipos de bens de consumo e lazer, como o imóvel próprio e a frequência (cada vez mais esparsa) a cinemas e restaurantes. Outro importante fator de pertencimento é a possibilidade de pagar por serviços privados de saúde e, principalmente, educação de ensino fundamental e médio para seus filhos. Como características da experiência de pertencer a uma camada média, ressalta-se a percepção de vulnerabilidade, a proximidade simbólica com as camadas mais baixas e a grande importância atribuída à esfera do trabalho, enquanto única forma de garantir seus padrões de vida e a manutenção de sua posição social. No atual contexto de crise que acometeu o Brasil a partir dos anos 2014 esses sujeitos revelaram uma profunda insegurança quanto à possibilidade de se manterem nesta camada intermediária. Seu esforço consiste em distanciar-se física e simbolicamente dos segmentos mais empobrecidos e também no investimento na educação dos filhos, que agora são os donatários de seu processo de mobilidade ascendente interrompido. |