“Em primeiro lugar, comer”: Educação, Conhecimentos e Interculturalidade nos Cotidianos Escolares em Nampula – Moçambique

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Chaua, Roberto da Costa Joaquim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17313
Resumo: A pesquisa que esta tese pretende traduzir teve como objetivo compreender, nas relações tecidas cotidianamente, os modelos de produção simbólica vigentes nas comunidades escolares e como estes (des)estabilizam linguagens e visões sobre Educação, Conhecimentos e Interculturalidade em Moçambique. O ponto de partida está relacionado às constatações da pesquisa de Mestrado que indicava persistir, nos cotidianos escolares de Nampula, tensionamentos e conflitualidades entre diferentes redes de produção de conhecimentos, mormente, a escola e os ritos de iniciação, o que sinalizava a necessidade de fundar diálogos entre estas instâncias. Esta tese propõe que tais diálogos dão-se metáforicamente à volta da fogueira. A fogueira é apresentada como possibilidade de uma compreensão coletiva e intercultural da vivência em contextos comunitários em que é preciso viver e sonhar. O “em primeiro lugar, comer” (MBEMBE, 2013) apresenta-se como signo valioso para a compreensão destes cotidianos, suas relações com a educação escolar, e os sentidos mobilizados no contexto das comunidades escolares. As conversas desenvolvidas com alunos/as, professores/as e outros sujeitos nos Cotidianos Escolares da cidade de Nampula e do distrito de Murrupula, permitem compreender que os “dramas existenciais” presentes nos espaços educativos e de produção de conhecimento em Moçambique denunciam as mazelas do colonialismo e apontam que a proposição hegemônica deste – que se dá pelo desejo do apagamento do outro – propicia frestas mantenedoras do “fogo epistêmico” de que se refere sua ocupação escolar. Ao indicarem processos de marginalização, narrarem suas proposições de futuro e outros “dramas” dos cotidianos, estes sujeitos anunciam um jeito engenhoso de pensar a Interculturalidade, Educação e Conhecimentos.