Fenologia e biologia reprodutiva de Coleocephalocereus fluminensis (Miq.) Backeb. - Cactaceae
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20252 |
Resumo: | No Brasil, Cactaceae apresenta 81 gêneros, sendo 15 endêmicos, e 484 espécies, das quais 208 são endêmicas. O gênero Coleocephalocereus possui nove espécies, todas endêmicas do Leste brasileiro. Coleocephalocereus fluminensis (Miq.) Backeb. é endêmico da região Sudeste, com ocorrência restrita aos afloramentos rochosos. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a fenologia reprodutiva, biologia floral e reprodutiva desta espécie e identificar seus visitantes florais em um afloramento rochoso no Morro das Andorinhas, município de Niterói no estado do Rio de Janeiro. O acompanhamento fenológico foi realizado em dois momentos: de abril de 2011 a abril de 2012 e entre julho de 2020 e novembro de 2021. Esse intervalo de dez anos entre as coletas de dados foi considerado para uma comparação dos períodos fenológicos ao longo do tempo na área de estudo. Em ambos os intervalos de coletas, o padrão de floração foi contínuo com picos reprodutivos nos meses mais úmidos (março e novembro). O ciclo botão/flor/fruto é curto, com todo o processo durando de cinco a oito dias. Coleocephalocereus fluminensis apresenta antese noturna, flores alvas, odor adocicado, grande abertura de corola e porcentagem de açúcar no néctar entre 10,5% e 23,2%, o que associa a planta à síndrome de polinização por esfingofilia e quiropterofilia. Observações dos visitantes florais mostraram que a mariposa Erinnyis alope (Drury, 1773), morcegos e abelhas são os potenciais polinizadores. Outros visitantes florais também estão presentes como formigas (Camponotus sp., Brachmyrmex sp. e Tetramorium sp.), besouros e grilos. As mariposas são os principais polinizadores e aparecem em dois momentos, sendo o primeiro no início da noite e mais tarde, coincidindo com os picos de produção de açúcares do néctar e com os momentos em que órgão masculino e feminino encontram-se maduros. As visitas dos morcegos foram no início da noite. As formigas se destacaram devido ao número de espécies e presença em diferentes períodos reprodutivos, estando ativas antes da abertura do botão, com a flor já aberta, após o fechamento e após a emissão do fruto. Diferentes espécies foram observadas alimentando-se de néctar, buscando pólen e predando partes florais das flores e fruto. Testes reprodutivos mostraram que C. fluminensis é autocompatível. Mesmo que a vegetação dos afloramentos rochosos seja extremamente sensível às ações antrópicas, não é considerada prioritária para conservação. Com isso, é necessário trabalhos como este para subsidiar o desenvolvimento de estratégias de conservação e manejo da espécie. |