Ascensão e queda da Fórmula 1 no Rio de Janeiro (1977-1990)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Elias, Rodrigo Vilela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Educação Física e Desporto
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16727
Resumo: O desenvolvimento do automobilismo na cidade do Rio de Janeiro (RJ) tem como marco, na primeira metade do século XX, a realização do Circuito da Gávea e, na segunda metade, a construção do autódromo carioca e a realização das corridas de Fórmula 1. O Circuito da Gávea era o maior certame automobilístico nacional. A perda de condição de Capital da República, em 1960, transformou a cidade do RJ em Estado da Guanabara (EG). Surgiu um cenário político conturbado, caracterizado pelo fantasma da fusão entre o EG e o estado do RJ. O automobilismo fluminense seguiu com parcas corridas de rua até 1966, quando seu autódromo foi inaugurado. No período de 1954-1966, Interlagos efervesceu com a simbiose entre a pista e as fábricas de automóvel que se instalaram no estado de São Paulo (SP) durante o governo de Juscelino Kubistchek. Entre 1967 e 1970, Interlagos fechou para reformas e, nesse momento, o autódromo do Rio foi a principal pista do País. Quando Interlagos reabriu, voltou a chamar atenção, pois, impulsionada pela industrialização, a cidade de SP criou uma identidade com o automobilismo. Nos anos 1970, o Brasil tinha um mercado de automóveis aquecido, composto de multinacionais como Ford, General Motors, Dodge e Volkswagen. Vivia-se o “milagre econômico”, e o governo militar fazia propagandas ufanistas aproveitando-se dos esportes. Uma corrida de F1 começava a tornar-se realidade para o País, pois havia interesse político e condições tanto econômicas quanto esportivas para tal. Em 1973, ocorre oficialmente o primeiro Grande Prêmio de F1 em Interlagos. Considerando o contexto apresentado, o objetivo desta tese é entender por que a F1 ascendeu no RJ, mas deixou a cidade anos mais tarde. Para tanto, a pesquisa se divide em dois artigos: o primeiro tem o objetivo de analisar o processo que trouxe a F1 para o Rio entre 1978 e 1981, e o segundo busca entender como essas corridas se perpetuaram no Rio, voltando para SP em 1990. Os métodos utilizados no estudo foram: pesquisa documental e entrevista. Na pesquisa documental, os corpora analisados foram provenientes dos jornais O Globo, Jornal do Brasil e Jornal dos Esportes, e da revista Quatro Rodas. As entrevistas de elite foram realizadas com Celso Itiberê, Lito Cavalcanti e Flávio Gomes. Para melhor compreender os dados, foram utilizados como suporte teórico os conceitos de campo e habitus de Pierre Bourdieu. Concluiu-se que questões políticas e econômicas que envolviam a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, por meio de um governo de intervenção, coincidem com o período de vinda da F1 para o autódromo carioca, apontando pretensões políticas relacionadas à realização da corrida na cidade, que, em 1989, após uma década de má organização, quase deixou o País, o que levou a Confederação Brasileira de Automobilismo a buscar na cidade de SP uma alternativa para promover o evento, fato que aponta para ideia de distinção atrelada à F1 e para influência do campo político como mediador principal dos motivos que fizeram esse evento trocar de cidade no período estudado.