O consumo de bebida alcoólica durante a gestação na perspectiva de Afaf Meleis: contribuição para a enfermagem
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11169 |
Resumo: | Atualmente, é crescente o número de gestantes que ingerem bebida alcoólica, todavia a Organização Mundial de Saúde recomenda abstinência do uso de álcool durante a gestação. Objeto de estudo: atuação da enfermeira com mulheres que fizeram uso de bebida alcoólica durante gestação. Objetivo geral: discutir a atuação da enfermeira na prevenção do consumo de bebida alcoólica durante a gestação. Método: Pesquisa qualitativa, descritiva, exploratória utilizou o método Narrativa de Vida. Os dados foram coletados em cinco Centros de Atenção Psicossocial álcool e drogas (CAPSad) no município do Rio de Janeiro com entrevista aberta e questão norteadora: Fale-me a respeito de sua vida que tenha relação com uso de bebida alcoólica durante gestação e as orientações recebidas no Pré-Natal . Em quatro Centros Municipais de Saúde (CMS), nos quais foram entrevistadas quatro enfermeiras atuantes no pré-natal e teve como questão norteadora: Fale-me a respeito de sua atuação com gestantes que ingerem bebida alcoólica . As entrevistas realizadas entre fevereiro e maio de 2016, mediante aceitação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Critérios de inclusão das mulheres: maiores de 18 anos, terem feito uso de bebida alcoólica durante gestação, estar em tratamento no CAPSad. E das enfermeiras: realizar consultas de pré-natal. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa, sob nº 1.205.233. Todas as entrevistas foram transcritas, na íntegra. Após transcrições, retranscrições, releituras e recodificações foram agrupadas, sintetizadas e deram origem às categorias empíricas e, posteriormente, originaram as categorias analíticas que foram analisadas comparativamente, por análise temática. Resultados: emergiram das narrativas a categoria Vulnerabilidade Feminina e duas subcategorias: o consumo de álcool por mulheres durante a gestação; e atuação de enfermeiras no pré-natal na prevenção do consumo de bebida alcoólica. As narrativas foram analisadas sob a ótica do referencial teórico de vulnerabilidade e teoria da transição. Todas as unidades temáticas do estudo evidenciaram falta de informação sobre os malefícios que o álcool pode acarretar à gestante e ao feto. As mulheres omitem o consumo de álcool nas consultas de pré-natal. Receiam as críticas dos profissionais. Têm medo de matar o bebê por causa desse consumo, mas continuam bebendo. Suspeitam que o tipo e a quantidade da bebida interferem na formação fetal. As enfermeiras não conseguem captar as gestantes que fazem uso dessa substância. Aceitam que beber socialmente não acarreta prejuízos à gestante e ao feto. O conceito de vulnerabilidade possibilitou a compreensão das vulnerabilidades vivenciadas por gestantes que consumiram bebida alcoólica e das enfermeiras, nas dimensões: social, individual e programática. A teoria de transição destaca que a atuação da enfermeira deve proporcionar conhecimento e capacitação a quem vivencia o problema, promovendo transições saudáveis, baseado nas experiências únicas dos indivíduos. Conclusão: este estudo permitiu compreender a experiência vivenciada de mulheres que fizeram uso abusivo de álcool durante a gestação e que estavam em tratamento nos CAPSad. Evidenciou, também, como a Enfermagem vem atuando na prevenção dessa substância durante consultas de pré-natal. A análise das narrativas mostrou que o uso abusivo de álcool é um processo complexo, que envolve fatores psicológicos, culturais, sociais e organizacionais. |