Parâmetros para dimensionamento de médicos na Estratégia de Saúde da Família.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Matsumoto, Karen dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4472
Resumo: O planejamento adequado da força de trabalho é imprescindível a bons resultados que se deseja alcançar nos sistemas de saúde. Na atenção primária, o dimensionamento de médicos baseia-se, tradicionalmente, na razão de profissionais por população (ex.: médico/habitante; médico/paciente) ou relação entre produção e capacidade instalada. Contudo, os métodos de planejamento precisam estar baseados em evidências e utilizar dados precisos sobre as necessidades de saúde e recursos humanos. Objetivo geral: analisar a carga de trabalho do médico em unidades de saúde da família no Brasil. Método: Estudo de natureza exploratório-descritiva, de campo, com abordagem quantitativa. Foram selecionadas 27 unidades de saúde da família (USF), em 12 municípios brasileiros, avaliadas com desempenho ótimo, pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica ciclo 1 (PMAQ-AB), do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (DAB-MS). Foram observados 47 médicos presentes nas USF, a cada 10 minutos, durante a jornada típica de trabalho. Para identificação das intervenções/atividades realizadas foi utilizado um instrumento de medida de carga de trabalho elaborado e validado por especialistas. A análise dos dados foi realizada por região geográfica, estratos do PMAQ e turnos do dia. Além disso, os parâmetros obtidos neste estudo foram aplicados no método WISN (Workload Indicators of Staffing Need) para dimensionar o quantitativo de médicos de uma unidade. Resultados: Foram realizadas 8544 observações distribuídas entre intervenções, atividades associadas, atividades pessoais, tempo de espera e ausência, o que configurou uma amostra representativa nacional. As intervenções diretas mais frequentes foram consulta (62,95%) e atendimento a demanda espontânea (21,97%). As intervenções documentação (34,89%), troca de informações sobre os cuidados de saúde (24,69%) e apoio ao estudante (21,84%) foram as intervenções indiretas de maior percentual. O tempo médio de consulta foi de 15 minutos. Os médicos estão ausentes 54,05% do tempo de sua jornada de trabalho. Conclusão: Os dados possibilitaram uma análise nacional das atividades desenvolvidas pelo médico na ESF, bem como a distribuição na jornada de trabalho. O comportamento foi semelhante em todo o país, chamando atenção para o percentual de ausências do profissional estudado. Os resultados podem, então, subsidiar discussões sobre o processo de trabalho do médico e o planejamento de recursos humanos na atenção primária em saúde.