Aplicação de litogeoquímica, isótopos de Sm-Nd e Sr e datação U-Pb de zircão detrítico para estudos de proveniência dos sedimentos aluviais da Bacia de Resende

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carvalho, Manuela de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16897
Resumo: A Bacia de Resende é um hemigráben com borda norte tectônica e cerca de 240 km2 e 45 km de comprimento em seu eixo NE-SW localizada no Sudeste do Brasil. A espessura do preenchimento sedimentar alcança cerca de 500 m e seu registro compreende, na base, depósitos paleocênicos da Formação Ribeirão dos Quatis (sistema fluvial entrelaçado pré ou sin-tectônica de rifteamento) sotopostos pelas sucessões sedimentares eocênicas de estágio sin-rifte I da Formação Resende (sistema fluvial entrelaçado com leques aluviais marginais associados). No Oligoceno, foram depositadas sucessões sin-rifte II da Formação Pinheiral (sistema fluvial entrelaçado). Os depósitos miocênicos da Formação Floriano (sistema fluvial meandrante) marcam o período pós-rifte da bacia. O presente trabalho pretende contribuir para os conhecimentos de evolução da Bacia de Resende a partir de estudos de proveniência sedimentar com base em análises geoquímicas de rocha-total, assinaturas isotópicas de Sm-Nd e Sr de rocha-total e datação U-Pb de zircão detrítico. Amostras correspondem a lutitos e arenitos fluviais e sedimentos de leques aluviais. O embasamento da Bacia de Resende é constituído por rochas proterozoicas do Orógeno Ribeira e rochas alcalinas cretáceas dos maciços de Itatiaia e Morro Redondo. Tanto lutitos, como arenitos da Formação Resende apresentam assinaturas químicas de elementos traço e terras raras e de isótopos de Sm-Nd e Sr similares, cujas variações são facilmente explicadas por diferenças na proveniência devido às diferentes áreas-fonte e/ou graus de mistura de fontes. Há forte controle de elementos como Rb e Ba, que podem ser associados a presença de K-feldspatos pouco alterados. Enriquecimentos de Zr, Hf, Y e variações consideráveis nos valores do somatório de elementos terras raras, especialmente nos lutitos, indicam adição de minerais pesados (zircão e monazita). Lutitos e arenitos da Bacia de Resende apresentam valores de εNd(40 Ma) e razões de 87Sr/86Sr(40 Ma), respectivamente, entre -4 e -21 e entre 0,70603 e 0,80934. Sedimentos de leques aluviais possuem assinaturas isotópicas similares aos seus embasamentos adjacentes, o Leque de Itatiaia com o Maciço de Itatiaia e, o Leque de Penedo com rochas proterozoicas. Amostras com valores de εNd(40 Ma) > -10 e TDM < 1,25 Ga apresentam contribuição de material menos radiogênico cretáceo, enquanto amostras com valores de εNd(40 Ma) < -10 e TDM > 1,25 Ga podem ter ou não contribuição cretácea, revelado pela presença de zircões de idade cretácea em amostras com assinaturas isotópicas mais radiogênicas. Há um limite de proporção de conteúdo menos radiogênico necessário para interferir nas assinaturas de Sm-Nd. O conteúdo cretáceo refletido nas assinaturas isotópicas e em idades de zircão detrítico é mais expressivo nas porções mais a oeste do Alto Estrutural de Resende, Depocentro Penedo, se comparado aos sedimentos depositados mais a leste do alto, Depocentro Porto Real. O conteúdo de zircões cretáceos também é expressivo nas porções mais a leste da bacia, Depocentro Quatis. Provavelmente, o Alto Estrutural de Resende já existia e compartimentava a bacia em dois depocentros, bloqueando parte dos sedimentos provenientes do Maciço de Itatiaia trazidos de canais de direção W-E para as porções mais a leste da bacia. Os resultados apontam para um controle expressivo do embasamento a sul-sudoeste no fornecimento de detritos durante o preenchimento sin-rifte