A realidade (social) está estruturada como ideologia: investigações sobre o conceito de ideologia entre Marx e a Psicanálise
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicanálise |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20684 |
Resumo: | Partindo da afirmação feita por Jacques Lacan, na década de 70, de que foi Karl Marx quem inventou o sintoma com sua concepção da passagem do feudalismo para o modo capitalista de produção, nos propomos, primeiramente, a investigar a constituição do método crítico de Marx. Este culmina na análise da forma-mercadoria e seu caráter fetichista, enquanto sintoma do capitalismo, a partir de sua teoria da mais-valia. Esta teoria fornece explicação sobre como se dá a acumulação no âmbito da sociedade burguesa, pressupondo assim, uma acumulação primeira que teria dado origem à produção industrial característica do capitalismo. Ao descrever como se deu essa “acumulação primitiva”, Marx inventa a noção de sintoma associada ao fetichismo da mercadoria, conforme demonstra Slavoj Žižek. O fetichismo da mercadoria, por sua vez, encarna a inversão própria à produção material do regime capitalista, inversão esta que é o cerne de seu conceito de ideologia. Freud, em sua análise dos sonhos, utiliza-se de um método interpretativo homólogo ao que Marx utiliza para tratar do fetichismo da mercadoria. A inversão própria a esta tem a forma de uma ilusão constituinte das relações econômicas regidas pela lógica da mercadoria, mas que se faz presente em outros âmbitos da vida social, como da relação dos indivíduos com o Estado. Aqui, nos aproximamos da noção de ilusão utilizada por Freud para tratar das ideias religiosas, e seguimos a direção sugerida por ele acerca da possível natureza ilusória da relação dos indivíduos com o Estado. Diante disso, uma exposição acerca da origem histórica bem como da natureza própria do Estado e de seu aparato jurídico se faz importante no âmbito da crítica da ideologia. Chegamos, então, à atualidade da tarefa de crítica da ideologia, inclusive, no interior do campo psicanalítico. Por fim, exploramos sucintamente o estatuto da ideologia na chamada pós-modernidade, ou mais precisamente, no capitalismo tardio. |