Autoficção, confissão e história: o escritor-intelectual em Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bernardes, Erick da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13932
Resumo: Este trabalho analisa o livro Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, e focaliza na narrativa as relações entre escrita e experiência, bem como o problema da relação escritor-intelectual. A forma como Graciliano Ramos se autoficcionaliza resulta em uma obra híbrida, mescla de autobiografia, memorialismo, ensaio e romance. Tomam-se como metas investigativas as estratégias de composição textual, assim como os mecanismos de autoficção e confissão que formam a narrativa de Ramos, em sua recriação de seu percurso e detenção na extinta Colônia Penal da Ilha Grande. As teses de Jean-Paul Sartre, em Em defesa dos intelectuais, são o ponto de partida para se avançar na discussão do papel do intelectual como alguém que sai de seu campo de atuação em favor dos que não têm voz, noção problematizada por Gayatri C. Spivak, em Pode o subalterno falar? Spivak avalia que a possibilidade do intelectual falar pelos desfavorecidos é uma incongruência a ser contestada. Desta forma, a concentração na temática política representada pelo discurso literário das Memórias do cárcere demonstrou um enunciador comprometido com as formas de atuação crítica no campo intelectual, de forma a nele estabelecer um posicionamento político como intelectual que se vê impelido a denunciar, pela via da ficção, as estruturas de poder e repressão que formaram um período obscuro de nossa história, conhecido como a ditadura da Era Vargas.