A seleção de pacientes em estudos lingüísticos sobre o agramatismo e a afasia de Broca: problemas e soluções para o debate sobre estudos de caso e de grupo
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6529 |
Resumo: | Desde o início dos estudos lingüísticos das afasias, muito se discute a validade de se agruparem indivíduos para a realização de pesquisas. Alguns autores criticam os estudos de grupo por considerarem haver muita variação entre os indivíduos estudados, e serem os critérios utilizados para os agruparem pré-teóricos e subjetivos, visto que, geralmente, são baseados em impressões clínicas e não são lingüisticamente estruturados. Esses autores acreditam que apenas estudos de caso sejam metodologicamente adequados (Badecker e Caramazza, 1985, 1991). Em oposição, os defensores dos estudos de grupo consideram que apenas esse tipo de metodologia pode dar conta da citada variação, pois estudos de caso não permitem identificar as exceções no desempenho dos indivíduos (Caplan, 1986; Zurif, Swinney e Fodor, 1991). A despeito de todo o debate, poucos autores procuram soluções para a principal causa do desacordo citado, que pode ser considerada uma das maiores deficiências da área: a má seleção de sujeitos de pesquisa. Os critérios de seleção de pacientes comumente utilizados são teoricamente ultrapassados, podendo mesmo variar dependendo dos objetivos de cada pesquisador (Caplan, 1995). A presente dissertação tem como objetivo demonstrar a necessidade de se reverem esses critérios. Por meio de uma pesquisa realizada com quatro afásicos de Broca selecionados pelos critérios clássicos, procuramos demonstrar como a má seleção de pacientes pode prejudicar o desenvolvimento da área por tornar tendenciosos tanto estudos de caso quanto de grupo, aumentando a falta de consenso teórico entre os autores. Para tal, os pacientes foram submetidos a dois experimentos que investigavam seus desempenhos na compreensão de sentenças ativas, passivas e interrogativas QU, de sujeito, objeto e objeto in situ. Ainda, foi realizada uma avaliação desses pacientes sem que se assumissem tais critérios de classificação, partindo-se de uma caracterização lingüística inicial obtida a partir dos resultados nas sentenças ativas e passivas, ficando esta análise isenta dos problemas de seleção de pacientes comuns tanto aos estudos de caso quanto aos estudos de grupo. Como resultado, observou-se que a utilização de uma forma diferente de análise dos desempenhos pode informar a respeito do déficit, bem como sobre a organização do sistema lingüístico, sem a necessidade de se vincular a uma metodologia de caso ou de grupo no sentido tradicional |