O ensino de história da ditadura militar: disputas de memória em tempos de negacionismo histórico
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em História Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22894 |
Resumo: | Em um contexto onde professores de história e historiadores sofrem constantes questionamentos sobre seu ofício, esta pesquisa buscou entrevistar professores de história que atuam no ensino básico no Estado do Rio de Janeiro. O contexto político-social contemporâneo de negacionismo e de frequentes ataques à educação não podem ser dissociados. O negacionismo que se fortalece cada vez mais no país é fruto de uma crise democrática instaurada após o ano de 2013, momento onde as instituições democráticas passaram a ser frequentemente questionadas e discursos antidemocráticos se fortaleceram no país. Em relação às Ciência Humanas, o momento de crise democrática foi dotado da criação de discursos deslegitimadores, onde historiadores, professores, jornalistas, dentre outros profissionais da área passaram a ser considerados “doutrinadores marxistas” e suas produções invalidadas. Sendo assim, a presente pesquisa possuiu como objetivo principal a discussão sobre os impactos do negacionismo histórico e, consequentemente, da crise democrática, na prática dos professores do ensino básico, sobretudo nas aulas sobre a Ditadura Militar. Os objetivos específicos foram: historicizar o negacionismo histórico destacando suas características atuais; debater sobre as consequências e influências da Lei de Anistia e das políticas de reparação e de memória no contexto de crise democrática; discutir a absorção do negacionismo na cultura histórica contemporânea; tratar da relação entre crise democrática e negacionismo histórico e analisar as disputas de memória sobre a Ditadura Militar presente nas salas de aula dos professores entrevistados. A metodologia utilizada foi a História Oral, campo de pesquisa que nos proporcionou as ferramentas necessárias para realização das entrevistas com os docentes, nossa fonte principal. A partir das entrevistas, foi possível constatar que o contexto político-social influencia substancialmente a prática docente e que as aulas sobre Ditadura Militar se tornaram um espaço de maior tensão se comparado ao recorte temporal anterior ao ano de 2013. Constatou-se a influência de produções negacionistas extraescolares sobre a forma como os alunos produzem sentido sobre o passado ditatorial, denotando a necessidade da discussão sobre as narrativas sobre o tema que ocupam as plataformas digitais. Além disso, observou-se a influência que as memórias, individuais ou coletivas, possuem sobre as aulas, demandando a reflexão constante sobre a relação entre história e memória no fazer docente. A partir da discussão sobre os aspectos políticos da contemporaneidade, foi possível chegar a conclusões sobre mudanças significativas enfrentadas por docentes na atualidade e que, provavelmente, influenciarão a prática por uma quantidade significativa de tempo. |