Enterococcus faecium: resistência aos antimicrobianos, determinantes de virulência, estrutura populacional e perfil de famílias de plasmídeos em amostras isoladas de hospitais do Estado do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14386 |
Resumo: | Os enterococos são sendo reconhecidos como importantes patógenos presentes no ambiente hospitalar, particularmente devido à resistência a múltiplos antimicrobianos, decorrente de mecanismos intrísecos e adquiridos. O objetivo deste estudo foi caracterizar a diversidade genética e as famílias rep das amostras de E. faecium isoladas em diferentes instituições hospitalares do Estado do Rio de Janeiro no período de 1994 a 2010. As 53 amostras bacterianas foram identificadas por testes bioquímicos e pela técnica de Matrix-assisted laser desorption⁄ionization time-of-flight (MALDI-TOF). A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada por metodologia de difusão em ágar e a detecção de determinantes de virulência foi realizada através do emprego da reação em cadeia da polimerase (PCR). A diversidade genética foi avaliada pelas metodologias de eletroforese em campo pulsado (PFGE), após a digestão com SmaI, análise do polimorfismo numérico de segmentos repetitivos (MLVA) e tipagem por sequenciamento de múltiplos loci (MLST). As metodologias para a identificação da amostragem obtiveram uma correlação de 100%. Os resultados de susceptibilidade aos antimicrobianos indicaram que a maioria (96,2%) das amostras apresentou resistência a múltiplos antimicrobianos, sendo grande parte resistente a mais de seis classes de antimicrobianos. Os maiores índices de amostras não susceptíveis foram encontrados para eritromicina (96,2%), ciprofloxacina (94,3%), rifampicina (92,5%), norfloxacina (86,6%), penicilina (83%), ampicilina (79,2%), levofloxacina (77,4), vancomicina (77,3%), teicoplanina (77,3%), estreptomicina (56,7) e gentamicina (56,5%). Os genes esp e asa1 foram os únicos determinantes de virulência identificados na amostragem avaliada. O gene esp foi prevalente; enquanto que, asa1 foi detectado apenas em amostras isoladas a partir do ano de 2009, sugerindo uma aquisição mais recente deste determinante. Por metodologia de PFGE, foram identificados oito grupos clonais (nomeados GP1 a GP8), sendo que os dois prevalentes (GP1 e GP7) reuniram amostras isoladas de períodos diversos. A avaliação por MLVA indicou dois MTs prevalentes: MT12 e MT159, agrupando metade das amostras VRE e encontrados nos períodos de 2004 a 2010.Do mesmo modo a metodologia de MLST detectou dois STs prevalentes: ST78 e ST412. Também foi encontrada a correlação do MT159 com o ST412. Através do MLST foi possível identificar que as amostras resistentes à vancomicina, assim com algumas sensíveis, pertenciam ao complexo clonal 17 (CC17). Os resultados indicaram uma possível transição entre os grupos clonais com a substituição do GP7 MT12 ST78 por um novo grupo clonal GP1 MT159 ST412. Os resultados obtidos com os métodos de tipagem molecular indicaram a presença de amostras isoladas em diferentes instituições hospitalares apresentando perfis idênticos, sugerindo transmissão inter-hospitalar. Foram encontradas 11 famílias rep: RF1, RF2, RF7, RF11, RF13, RF14, RF15, RF17, RF18, RF19, RFUnique, sendo RF17 a prevalente. Este estudo pretendeu fornecer dados brasileiros quanto a diversidade de E. faecium, particularmente em relação aos aspectos relacionados à resistência aos antimicrobianos, virulência e dispersão de elementos genéticos, visando auxiliar na construção de políticas de controle das infecções causadas por estes microrganismos, particularmente as associadas ao ambiente hospitalar. |