Análise da prescrição de benzodiazepínicos pelo médico de família em uma amostra no município do Rio de Janeiro.
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4452 |
Resumo: | A pesquisa conduzida, de cunho qualitativo, procurou refletir sobre os determinantes que pesam na decisão do médico de família pela prescrição do benzodiazepínico, no contexto da Estratégia Saúde da Família, no município do Rio de Janeiro. Procurou-se elaborar uma análise sobre como o uso de benzodiazepínicos é negociado entre o médico e o usuário, indagando sobre os significados do fármaco no imaginário dos prescriptores e os recursos alternativos à medicação levados em consideração pela equipe, na amostra estudada. Os médicos de família com inserção na Estratégia Saúde da Família foram recrutados, encaminhando o convite para participar pessoalmente, por mensagem de texto ou por e-mail. Os candidatos interessados deram aceite assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, respondendo um questionário semiestruturado que foi gravado e transcrito na íntegra para análise. O roteiro abordou a percepção do médico sobre as queixas em relação ao uso de benzodiazepínicos; a aplicação de estratégias de descontinuação e as alternativas oferecidas no lugar do fármaco nas consultas. Entrevistaram-se 12 profissionais, no período de agosto a dezembro de 2017. Os entrevistados relataram predomínio de consultas para repetição da prescrição de benzodiazepínicos. Ansiedade, insônia e sintomas depressivos foram citados como os motivos mais frequentes de uso. Também houve menção a queixas somáticas inespecíficas, dor crônica, hipertensão arterial e à dependência. Todos os entrevistados relataram preocupação com a otimização e redução das doses dos bezodiazepínicos. Onze dos entrevistados manifestaram realizar propostas de descontinuação, uma vez estabelecida a aliança terapêutica. Ainda, a taxa de sucesso desse tipo de intervenção foi avaliada como baixa na percepção dos entrevistados. Houve menção à oferta de atividades de lazer, exercício físico, inclusão em grupos de apoio e encaminhamento para apoio matricial, como alternativas ao fármaco. O compromisso com o uso racional de benzodiazepínicos em contraste com a preocupação com o uso indiscriminado se manifestaram na pressão, nos dilemas e constrangimentos relatados pelos médicos de família nas entrevistas. A hierarquização das queixas junto ao usuário marca a possibilidade de um cuidado compartilhado, em equipe, onde o uso de fármacos pretende ser apenas um dos recursos disponíveis. Esta aposta na integralidade pode ter resultados significativos na saúde da população, no longo prazo, em termos de uso de medicamentos. |