Personalidade de cuidadores de idosos com demência de Alzheimer e funcionalidade familiar: contribuições para a prática de enfermagem
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11161 |
Resumo: | A demência é uma síndrome caracterizada por declínio cognitivo e funcional global, capaz de interferir no desempenho das atividades de vida diária, assim a pessoa acometida torna-se dependente de outra pessoa. No Brasil, são aproximadamente 1 milhão de pessoas com demência. Há diversos tipos de demência, porém a mais prevalente é a Doença de Alzheimer (DA). Desde os primeiros sintomas, são os cuidadores familiares que assumem o cuidado do idoso com Doença de Alzheimer. Uma situação de adoecimento gera mudanças de papéis dos membros da família, há somatório de tarefas, sobrecarga física e emocional, comprometendo por vezes também, a saúde de quem está cuidando. Dessa forma, o objetivo geral deste estudo é verificar a existência de associação entre a personalidade do cuidador de idoso com demência de Alzheimer e a funcionalidade familiar. Trata-se de um estudo analítico, observacional e do tipo seccional, realizado em dois serviços de atendimento ao idoso no estado do Rio de Janeiro, com amostra de 118 cuidadores. Para avaliação da funcionalidade familiar, utilizou-se a escala de APGAR de família, e, para avaliar personalidade do cuidador, o Inventário de NEO-FFI-R (instrumento que identifica cinco traços de personalidade: Neuroticismo, Extroversão, Amabilidade, Conscienciosidade e Abertura à experiência). Para avaliar a sobrecarga do cuidador, utilizou-se o inventário de sobrecarga do cuidador de Zarit, e, para avaliar sintomas depressivos, a escala CES-D. A coleta foi realizada entre março e dezembro de 2015 e utilizou-se o programa R para análise dos dados. Foram realizadas duas abordagens estatísticas, a Regressão Beta e a Modelagem de Caminho para verificar a influência do traço de personalidade. Como resultado, encontrou-se primeiramente um modelo preditivo em que as variáveis não divide o cuidado , comprometimento cognitivo , sintomas depressivos e Conscienciosidade influenciam fortemente a funcionalidade familiar. A modelagem de caminho mostrou que os traços de personalidade dos cuidadores influenciam fortemente a sobrecarga e os sintomas depressivos. O Neuroticismo aumenta a sobrecarga do cuidador (β = 0,063 valor-p= 0,000), a Extroversão também aumenta a sobrecarga (β = 0,179 valor-p= 0,067), ao passo que a Amabilidade diminui a sobrecarga (β = -0,146 valor-p= 0,079); esse modelo explica 36,9% da variabilidade na sobrecarga. O Neuroticismo aumenta fortemente os sintomas depressivos (β = 0,706 valor-p= 0,000); esse modelo explica 54,8% da variabilidade dos sintomas depressivos. Os resultados deste estudo levam à rejeição das hipóteses nulas. Não houve uma influência de todos os traços de personalidade na funcionalidade familiar, porém houve influência positiva significativa da Conscienciosidade e indiretamente, de forma negativa, do Neuroticismo na funcionalidade familiar. Ao final do estudo, foi proposto um modelo teórico de assistência de enfermagem ao cuidador familiar. Os resultados deste estudo apontam para necessidade de novas pesquisas sobre o mesmo tema, levando em consideração a necessidade de estudar esses traços de personalidade de forma individualizada; ou ainda recomendar um estudo de intervenção com esse modelo teórico proposto para melhor avaliar a prática de novas intervenções. |