Uso da Reciclagem de Vidros para Fins Médicos: Produção de Microesferas de Vidro Dopadas com Holmio-166 para Radioembolização Hepatocelular
Ano de defesa: | 2024 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22998 |
Resumo: | A utilização de materiais reciclados é cada vez mais reconhecida como uma estratégia crucial no contexto global de hoje. A produção de vidro em escala global, estimada em aproximadamente 209 milhões de toneladas anuais, ressalta a necessidade urgente de identificar aplicações alternativas para este material. A aplicação de tecnologias em microescala para desenvolver novas alternativas tem crescido consideravelmente, em especial na terapia interna seletiva (SIRT) com o desenvolvimento de biomateriais para terapêutica do carcinoma hepatocelular, utilizando agentes embólicos, as microesferas (partículas esféricas do tamanho de um micrômetro). Atualmente estão sendo desenvolvidas microesferas com funcionalidades adicionais para embolização terapêutica devido as suas propriedades de alta área superficial, alta resistência, durabilidade e capacidade de serem carregadas com radionuclídeos e agentes ativos que fornecem uma vantagem adicional para superar as limitações dos tratamentos tradicionais de câncer. O radionuclídeo hólmio-166 vem sendo estudado como grande potencial na terapêutica SIRT pelas suas características físicas ideais, como a emissão beta e baixa faixa de radiação. As propriedades ideais das microesferas são concebidas através de sua estrutura, como a escolha da matriz e seus polímeros. Uma matriz vítrea fornece também uma sustentabilidade ao ecossistema, devido à produção de gases de efeito estufa que sua decomposição fornece. Dados confirmam que, todos os anos, cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos de vidro são depositados em aterros sem reciclagem, resultando em um impacto ambiental negativo. Neste estudo é descrito a produção das microesferas compostas de vidro reciclado e dopadas com hólimo-166, como um sistema de liberação controlada para utilização em tratamento de radioembolização hepatocelular, por meio de técnicas de pulverização. Os resultados indicaram que o desenvolvimento das microesferas foi satisfatório, concluindo que 100% da massa de 165Ho utilizada foi incorporada na micropartícula, que apresentou tamanho médio padrão. Além disso, o radionuclídeo incorporado nas microesferas foi submetido a técnica de irradiação por reator nuclear, concluindo a ativação do radionuclídeo 165Ho em 166Ho presente nas microesferas de vidro. Adicionalmente, estudos in vivo indicaram que as microesferas de vidro dopadas com 166Ho apresentaram boa deposição tecidual pela biodistribuição onipresente em diversos órgãos e alta captação em órgão de depuração, concluindo alto clearance. Por fim, as análises bioquímicas indicaram que não há toxicidade hepática aguda relacionada à administração de microesferas de vidro, sendo um resultado satisfatório, o que confirma os resultados encontrados na biodistribuição. Coletivamente, estes resultados apoiam fortemente o potencial do vidro reciclado como um recurso valioso para a fabricação de microesferas de vidro dopadas com hólmio, oferecendo um caminho promissor para o tratamento do câncer de fígado. |