Ângulo de fase da bioimpedância elétrica em indivíduos com 60 anos ou mais de idade, internados em uma Unidade de Terapia Intensiva: evolução clínica, gravidade da evolução e mortalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rosenfeld, Ricardo Schilling
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19837
Resumo: Objetivo: Avaliar a correlação do ângulo de fase (AF) nas primeiras 48 horas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com os escores prognósticos e predizer sua associação com a mortalidade na UTI. O principal objetivo do estudo é a associação entre AF e mortalidade tardia. Metodologia: Pacientes criticamente doentes, >60 anos de idade, sob ventilação mecânica (MV) >48 h, estudados após hemodinamicamente estáveis. AF é medido por bioimpedância elétrica de frequência única (BIA). Escores prognósticos e funcionais de gravidade na UTI são avaliados nas primeiras 24 horas. Pacientes são acompanhados até 60 dias. Resultados: 102 pacientes (idade média 79,9 ± 8,5 anos de idade; 51,0% do sexo feminino). Mortalidade na UTI (MICU), aos 28 dias (M28) de 36,6% e aos 60 dias (M60) 41,2%. Existe correlação significativa entre AF e idade (p<0,001), IMC (p<0,001), circunferência de panturrilha (p<0,001), NRS (p=0,002) e índice de Barthel (p <0,001). Não sobreviventes demonstram menor AF na MICU (2,98º ± 0,76º X 3,77º ± 0,84º; p<0,001), M28 (3,07º ± 0,79º X 3,72º ± 0,87º; p<0,001) e M60 (3,09º ± 0,81º X 3,77º ± 0,84º; p<0,001). A AUC do MICU, M28 e M60 do AF são respectivamente 0,765 (IC95% 0,67-0,86), 0,709 (IC95% 0,60-0,82) e 0,708 (IC95% 0,60-0,81). Observa-se o cutoff do AF 3,29º em toda a amostra; menor nas mulheres em M28 (2,63º) e em M60 (3,01º). A curva ROC para 60 dias mostra que o valor preditivo do AF é melhor do que os demais escores de prognóstico e funcional. A regressão logística mostrou que a redução do AF está significativamente associada com M60 (p=0,014). A análise de sobrevida aos 60 dias, o AF inferior a 3,01 para o sexo feminino e inferior a 3,29 para o sexo masculino está associada à menor mediana de sobrevida (18 dias X 58 dias; log-rank, P<0,001) Conclusão: Baixos valores de AF se associam à maior mortalidade. AF inferior a 3,29 para os homens e 3,01 para as mulheres se associam a menor sobrevida em 60 dias. O estudo tem características originais porque avalia um estimador de mortalidade de pacientes idosos que recebem cuidados intensivos, o que é pouco estudado. A AF pode ser incluído na rotina inicial da UTI como marcador de responsividade individual para possibilitar decisões relacionadas à massa muscular e à saúde celular. Os valores de AF apoiam a tomada de decisão para uma intervenção de tratamento intensivo ou restritivo. Dessa forma, proporciona condições para que médicos e equipes de UTI implementem ações compassivas em relação aos idosos que não respondem ou não podem responder ao tratamento agressivo devido à pior saúde celular.