O Sertão vira Calçadão: a transformação do rural em urbano em Campo Grande, Rio de Janeiro, ao longo do século XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barata, Paulo Henrique Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21662
Resumo: A tese intitulada “O Sertão virou Calçadão: as memórias da transformação do rural em urbano em Campo Grande, Rio de Janeiro” tem como objetivo geral entender a produção do espaço comercial campograndense através da análise da produção do espaço orientada a partir da compreensão das ações dos agentes, em diferentes tempos, que culminaram na materialização de diversas formas através da modificação da morfologia do rural para o urbano. Inspirado na metodologia regressiva-progressiva de Henri Lefebvre inicia-se a descrição do presente, com o auxílio da metodologia de Kevin Lynch, para obtermos a descrição da imagem do ambiente atual. Com a utilização de biografia sobre o bairro e, especialmente, pela análise de textos jornalísticos, intenciona a análise dos arranjos espaciais pretéritos e a organização espacial decorrente das atividades ligadas a economia rural tornam-se fundamentais para a compreensão da formação do espaço rural, que subjugado a ações de forças locais e distantes será moldado a outra forma, mais moderna e urbana. Ainda, busca-se entender as repercussões espaciais da transformação do rural em urbano pela chegada de objetos ligados a modernidade expressa pela manifestação do urbano corporificado no transporte ferroviário (trem e bondes) e comércio no centro do bairro, com a gênese da formação do subcentro. Examina-se a produção do espaço terciário e as forças que, em diferentes tempos e interesses, impuseram um conjunto de ações para a formação do novo sistema de objetos da área sob a nossa lupa de análise. No primeiro momento o foco é concentrado na formação da rua, que é a gênese do espaço terciário do bairro. Posteriormente, busca-se entender a criação e consolidação do “Calçadão de Campo Grande”, com a reorientação da função da Rua Coronel Agostinho para o comércio, como consequência do processo de terciarização do espaço. A formação do espaço urbano comercialmente adensado, com feições e atividades tipicamente urbanas abarcou um complexo e multidimensional campo de lutas políticas, fundiárias, sociais e econômicas. Envolveu os agentes da produção do espaço previstos (Estado, proprietários fundiários, proprietários dos meios de produção, grupos sociais excluídos e agentes imobiliários) que através do Estado confrontaram-se para o atendimento dos seus interesses de classe. As reformas urbanas conduzidas pelo Estado, coadunado com as forças do capital privado, mostraram-se essenciais para a continuidade da (re)produção que resulta no atual espaço terciário do bairro de Campo Grande.