Lineamento Iúna: origem, significado e reativações
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7155 |
Resumo: | O Lineamento Iúna (LI) localiza-se entre as regiões sudeste de MG e norte do RJ, apresentando uma expressão mais marcante na porção sul do estado do Espírito Santo, em especial na cidade de Iúna, apresentando cerca de 180 km de extensão. Esta feição linear faz parte de um conjunto de lineamentos presentes no Espírito Santo, com orientação NNW a NW, entre eles o Feixe de Fraturas Colatina ou Lineamento Vitória-Colatina e o Lineamento Piúma. Estes lineamentos estão inseridos no Orógeno Araçuaí-Congo Ocidental, identificado por um conjunto de componentes geotectônicas que caracterizam um orógeno acrescionário de margem continental ativa. Esse orógeno é dividido em estágio pré-colisional, representado pelas rochas da Suíte G1 (630-580 Ma), estágio sin-colisional (582-575 Ma), representado pelas rochas da Suíte G2 e estágio tardi-colisional do Orógeno Araçuaí representado pelas rochas da Suíte G3 (545-520 Ma). Por fim, as rochas das Suítes G4 e G5 (535-490 Ma) representam o estágio pós-colisional, com registro de processos deformacionais e plutonismo relacionados ao colapso gravitacional do Orógeno Araçuaí. O LI está registrado em áreas com ocorrência de rochas neoproterozóicas/cambrianas entre os municípios de Chalé (MG) e Mimoso do Sul (ES), a partir do qual predomina cobertura sedimentar paleogênica até o recente, refletindo um traçado mais fraco deste lineamento no modelo digital de elevação. Entretanto, ainda é possível identifica-lo pela presença de vales e drenagens que apresentam a mesma direção do LI, corroborada por trabalhos anteriores. Em levantamento de campo foram identificadas ao longo do LI zonas de cisalhamento de espessura centimétrica a métrica, com direção NNW e mergulho subvertical para ENE e WSW, com movimentação transcorrente sinistral, falhas normais dúctil-rúptil à rúptil e fraturas associadas, preenchidas por veio de quartzo, com direção NNW e mergulho ENE, além de diques de gabro de até 20m, com direção NNW e mergulho subvertical e de diabásio com espessura de até 10m, direção N20W e mergulho subvertical para ENE. O LI tem a sua origem relacionada à fase tardi-colisional do orógeno Araçuaí, a qual foi responsável pela evolução das quatro zonas transcorrentes destrais (Abre Campo, Manhuaçu, Guaçuí e Batatal) da parte central do orógeno. O LI foi reativado em pelo menos mais quatro eventos. Na primeira reativação ocorre ascensão de magmas bimodais na fase de colapso gravitacional do orógeno Araçuaí. Posteriormente, reativações rúpteis relacionadas à abertura do oceano Atlântico geram falhas e fraturas na direção do Lineamento, com ascensão de magma básico formando diques de diabásio. Essas fases de reativação são observadas nos setores A e B da área em estudo, setores em que predominam rochas ígneas e metamórficas. No setor C, onde predominam rochas e sedimentos cenozoicos, observam-se falhas e fraturas NNW-SSE e NW-SE ao longo do LI afetando a Formação Barreiras e cascalheiras quaternárias, indicando no mínimo mais dois eventos neotectônicos relacionados às reativações do Lineamento Iúna. O LI termina na região de São Francisco do Itabapoana, com a costa seguindo sua direção até altura do Cabo de São Tomé, com grande probabilidade de continuidade para a plataforma continental, com possibilidade de controle estrutural em áreas produtoras de petróleo. |