Preferência pessoal da médica obstetra em relação ao seu próprio parto: vaginal ou cesariana.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Medeiros, André Luis dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4810
Resumo: O Brasil tem uma das maiores prevalências de cesariana do mundo. Muitas pessoas apontam os obstetras como os principais responsáveis por isso, sugerindo que suas práticas são fundamentadas em interesses particulares, como ganhos financeiros e comodidade, e que ocorrem em detrimento da saúde e bem-estar de suas pacientes. Uma forma de começar a dirimir essa dúvida é descobrir como nascem os filhos dos próprios obstetras, para saber se escolhem para si o mesmo que oferecem às suas pacientes. Objetivo: Estimar a preferência pessoal e a prevalência de cesarianas em obstetras em uma amostra no Estado do Rio de Janeiro e no mundo. Métodos: Foram realizados dois estudos: uma revisão narrativa da literatura e um estudo seccional no Estado do Rio de Janeiro, com questionário autoaplicável. Na revisão de literatura, foram selecionados estudos que estimaram a preferência pessoal por cesariana e a prevalência de cesariana entre obstetras. O estudo seccional utilizou um questionário autoaplicável confidencial respondido por uma amostra de conveniência de obstetras de ambos os sexos (e residentes em obstetrícia) do estado do Rio de Janeiro. Esses profissionais foram abordados durante dois congressos e em quatro hospitais localizados no Estado do Rio de Janeiro. Foram estimadas prevalências de cesarianas de fato já realizadas ou desejadas/planejadas e intervalos de confiança de 95%. Resultados: A prevalência de cesarianas em obstetras no mundo apresentou grande variação, assim como suas preferências pessoais por cesariana. A preferência pessoal e a prevalência de cesarianas na amostra de obstetras do Rio de Janeiro foram de 29% e 80%, respectivamente. Conclusão: A grande variação nos resultados dos estudos sobre preferência e via de parto entre médicas obstetras encontradas nos diferentes países sugere que fatores culturais, econômicos e de assistência ao parto desempenham um papel importante na determinação das taxas de cesarianas. A grande preferência pessoal e alta prevalência de cesariana que encontramos entre médicas obstetras no Rio de Janeiro sugerem que esses profissionais têm grande confiança na cesariana, a ponto de a maioria de seus filhos nascerem por esse tipo de parto.